O DS7 Crossback não é apenas um carro novo. É primeiro veículo da DS, a jovem marca da PSA, que pressupõe representar o que de melhor o grupo francês é capaz de fazer, além de tentar imiscuir-se com as tradicionais marcas de luxo alemãs, alinhando pela estratégia de construtores como a Volvo. E a tarefa não é fácil, porque neste segmento, apetecível por propor veículos com preços e margens superiores, é tão importante o modelo quanto a imagem e reputação do emblema que enverga.

Com 4,57 metros de comprimento, o novo DS7 recorre à plataforma EMP2, já utilizada noutros modelos da PSA (e que em breve se vai estender igualmente à Opel), sendo a mesma já usada pelos 3008 e 5008, com o novo DS a reivindicar um comprimento entre os dois SUV da Peugeot, que possuem 4,48 e 4,64 metros, respectivamente.

Melhor que Peugeot e Citroën

Desde 2014, ano do seu nascimento enquanto construtor independente, a DS sempre concebeu os seus veículos com base em versões de modelos da Citroën, pelo que este DS7 Crossback é o primeiro a ser desenhado a partir de uma folha de papel em branco, e as vantagens são evidentes. Independentemente da imagem da Citroën ser aquela com mais forte personalidade do grupo PSA, no que respeita ao estilo, o novo DS eleva consideravelmente o nível de refinamento a que o grupo dirigido por Carlos Tavares até aqui nos habituou. O cuidado nos detalhes, os faróis full LED e a profusão de cromados colocam o modelo ao nível das melhores propostas dos fabricantes generalistas. Se vai ser suficiente para disputar o mercado com as marcas de luxo, isso já outra conversa, a que só o tempo – e o mercado – pode responder.

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Face aos restantes utilizadores da plataforma EMP2, o DS7 apresenta a vantagem de recorrer a uma suspensão traseira diferente e para melhor, pois o seu eixo multilink traseiro garante mais conforto e melhor comportamento do que o eixo semi-rígido dos seus “irmãos”. Aliado a isto, o maior comprimento torna possível uma bagageira de maiores dimensões, com o Crossback a disponibilizar 555 litros, valor que sobe com o rebatimento do banco posterior.

Equipamento faz a diferença

Se por fora o DS se distingue facilmente dos Peugeot e Citroën, por dentro a diferença é ainda mais evidente. Começa pelo tablier, em design e qualidade de materiais, prolonga-se pelos bancos, sejam eles revestidos a tecido, Alcantara ou pele, para terminar numa série de pormenores que vão satisfazer os mais exigentes. Referimo-nos ao painel de instrumentos digital e ao ecrã táctil com 12″, que permite controlar tudo o que acontece a bordo, com destaque para a climatização e infoentretenimento. No topo do ecrã central surge o relógio (mesmo por cima do botão Start/Stop que permite colocar o motor em marcha), que à semelhança do que é habitual nas marcas mais refinadas, é analógico e não digital, sendo fornecido (e assinado) pela BRM e exibindo a capacidade de desaparecer, girando sobre si próprio, sempre que se desliga o motor.

Ambientes interiores há cinco (Opera, Rivole, Fauborg, Bastille e Performance, sendo este o mais desportivo), a que urge aliar quatro níveis de equipamento (Be Chic, So Chic, Grand Chic e La Première). Mas o que surpreende é a quantidade de dispositivos, muitos de série, que o DS7 Crossback disponibiliza em algumas versões para melhorar a segurança e a facilidade de utilização. O DS Connected Pilot conjuga num só sistema a manutenção da faixa de rodagem e o programador de velocidade activo, enquanto o DS Park Pilot gere os pedais e o volante nas manobras de estacionamento. O DS Night Vision recorre a uma câmara de infravermelhos para “ver” o que os faróis de LED não mostram, de pessoas a objectos e a uma distância de até 100 metros.

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Merece igualmente realce o DS Active Scan Suspension, solução similar à que oferece a Mercedes no seu Classe S, e que “vê” a estrada uns metros à frente do DS7, pelo que detecta os buracos e as irregularidades que se aproximam, preparando a suspensão para minorar o desconforto.

Motores e caixas novos. E o híbrido

Sob a refinada carroçaria do novo SUV da DS, surgem mecânicas para todos os gostos, umas novas e outras que sofreram alterações substanciais. Entre as novas, destaque para o 1.5 HDI de 130 cv, que promete melhores consumos e emissões, apesar do consumo médio anunciado (4,0 l/100 km) ser similar ao reivindicado pelo 3008 equipado com o antigo 1.6 HDI de 120 cv. Os mais exigentes em termos de acelerações, e que façam questão de usufruir dos melhores consumos dos motores diesel, podem sempre optar pelo 2.0 HDI, com versões de 150 e 177 cv.

Quem prefira os motores a gasolina tem à sua disposição o 1.2 PureTech de 130 cv ou, se pretender conduzir de forma mais dinâmica, o 1.6 PureTech, com versões de 180 e 225 cv, sendo este último capaz de impulsionar o Crossback até 227 km/h, depois de cumprir os primeiros 100 km/h em 8,3 segundos, isto num veículo que pesa 1.495 kg. Às motorizações mais possantes, independentemente do combustível, está acoplada uma caixa automática de oito velocidades (com conversor de binário e não robotizada, fornecida pelos japoneses da Aisin), com os motores menos potentes a poderem beneficiar dos serviços de uma caixa manual de seis velocidades.

Pena é o DS7 Crossback estar limitado à tracção às rodas da frente e não existir a possibilidade de adoptar um sistema de tracção integral convencional, solução que, se bem que não seja a mais procurada no nosso país, que prefere os melhores preços, peso e consumos dos veículos com tracção apenas a um só eixo, ajudava a colocar o SUV da DS entre os concorrentes do segmento de luxo, de quem a PSA o quer aproximar.

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Interessante vai ser a versão híbrida que a DS promete para 2019, que retoma uma solução já testada no DS5 e Peugeot 508 RXH, ou seja, um motor a combustão a comandar as rodas da frente, para depois o motor eléctrico accionar as posteriores. Porém, agora o motor o 1.6 PureTech a gasolina de 200 cv substitui o antigo diesel 2.0 HDI de 163 cv (aliado a um motor eléctrico de 37 cv no Hybrid4) e conta com a ajuda de dois motores eléctricos montados atrás, de 109 cv cada, apesar de estarem limitados a um total de 122 cv.

Esta versão híbrida, denominada E-Tense, beneficia de um total de 300 cv, sendo que as motorizações eléctricas são alimentadas por uma pequena bateria de iões de lítio com uma capacidade de 13 kWh. E esta será a única versão do DS7 Crossback a usufruir de um sistema 4×4, mas não convencional, e só enquanto a bateria tiver carga.

E em Portugal?

O novo DS7 Crossback tem previsto estar disponível no mercado nacional ainda durante o mês de Janeiro, através de uma subrede da PSA denominada DS Store, para reforçar o distanciamento da Peugeot e Citroën, em matéria de requinte e de imagem. Porém, não deverá beneficiar da mesma cobertura de território das suas “irmãs” do grupo.

Quanto a preços, sabe-se apenas que a versão mais luxuosa, a La Première, será proposta (como o Observador já anunciou) por cerca de 51 mil euros, se estiver animada por um motor a gasolina, ou 60 mil euros caso a mecânica seja diesel. Porém, as versões menos potentes e com menos equipamento, deverão ser propostas a partir de 35 mil euros.

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