Uma fratura na perna que provocava apenas um ligeiro desconforto, uma fratura no ombro que não impedia de agarrar no carro para regressar a casa como se nada se tratasse. Para a maioria, uma larga maioria, a descrição seria estranha; para toda a comunidade científica, um mistério em busca de solução. Que, alguns anos depois, foi finalmente descoberta e referida na revista especializada na matéria, Brain.

A família italiana Marsili, de Siena, tem já três gerações que não sentem a dor. Literalmente: a avó María Domenica, as filhas Letizia e María Elena e três netos. Agora, percebeu-se que essa condição se justifica com uma rara mutação do gene denominado ZFHX2 e abriram-se novas linhas de investigação para encontrar analgésicos mais fortes e adequados para quem padeça do problema, como explica o La Vanguardia. Daí nasceu algo que ficará perpetuado entre a comunidade científica: síndrome Marsili.

“Vivamos o dia a dia de uma forma muito normal, talvez melhor do que o resto da população porque são raras as vezes em que nos sentimos doentes e quase nunca sentimos dor”, comentou Letizia Marsili à BBC. Em resumo, tudo se justifica pelo facto de haver alguns nervos do corpo que não funcionam como deveriam funcionar.

O El Español explica mesmo que, quando foi objeto de estudo pelos cientistas, a família tinha algumas fraturas nos braços e nas pernas que não sabia ter contraído (nem sentiu). James Cox, da Universidade de Londres, especifica que em alguns casos ainda existe uma ligeira dor inicial que desvanece rapidamente. No extremo oposto, é dado o exemplo de Letízia, que fraturou o ombro enquanto fazia esqui, continuou o resto do dia a fazer a modalidade e apenas procurou ajuda médica no dia seguinte.

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