O Governo quer, já no início de 2018, definir objetivos para reduzir a sinistralidade rodoviária, que aumentou este ano, e refletir sobre qual a intervenção necessária nos atropelamentos, álcool e acidentes com motociclos, os três principais fatores de risco.

O anuncio foi feito esta terça-feira pelo ministro da Administração Interna durante a apresentação da campanha de Natal e Ano Novo da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária e os dispositivos de prevenção e fiscalização da GNR e PSP, na Amadora.

“No último ano tivemos um quarto das vítimas mortais que tivemos há 20 anos, mas não podemos descansar. Queremos que essa evolução positiva se consolide e em 2018, com as instituições públicas, autarquias, forças e serviços de segurança e agentes do setor vamos fazer um balanço de como ir mais além nas áreas de risco já identificadas: atropelamentos nas vias urbanas, sinistros com veículos de duas rodas e consumo de álcool”, disse Eduardo Cabrita.

Para o ministro, Portugal tem números “absolutamente inaceitáveis de atropelamentos nas áreas urbanas”, sendo necessário “identificar as causas e circunstâncias e agir sobre elas”. “Portugal é um dos países mais seguros do mundo. Queremos que nesta matéria também o seja”, afirmou.

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Segundo Eduardo Cabrita, o Governo quer “lançar uma nova fase mais ambiciosa de concretização do plano nacional de segurança rodoviária”. O presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Jorge Jacob, destacou o aumento dos acidentes com motos e o número de mortos no local do sinistro.

“Sabemos que os acidentes com motos e as vítimas decorrentes aumentaram muito, mais do que duplicaram, mas temos de ter mais elementos para podermos refinar a análise”, disse Jacob, acrescentando que a venda de motociclos aumentou, o número de motas a circular também e que isso pode ser uma das justificações.

“Nestas festas, esteja presente” é o tema da campanha de prevenção rodoviária destinada a dois comportamentos de risco: fadiga e consumo de álcool. Segundo a ANSR, três em cada dez mortos tinham uma taxa de álcool no sangue ilegal e um em cada cinco mortos apresentou, na autópsia, uma taxa crime de consumo e álcool.

A ANSR, que reúne dados da PSP e da GNR, adianta que, entre 1 de janeiro e 15 de dezembro, registaram-se 124.388 acidentes rodoviários, mais 2.863 do que em igual período de 2016, quando ocorreram 121.525, que provocam 483 mortos, mais 61 que em igual período.

Os distritos com mais vítimas mortais são o Porto (65), seguido de Setúbal (54), Lisboa (49) e Santarém (42), refere a Segurança Rodoviária. Os feridos graves também aumentaram ligeiramente este ano, registando-se, entre janeiro e dezembro, 2.095, contra os 2.017 que ano passado sofreram ferimentos graves.