A associação das vítimas dos incêndios de outubro exigiu hoje um relatório como o encomendado pelo Governo à equipa de Xavier Viegas sobre Pedrógão Grande, para se perceber o que falhou e criar igualdade na fixação de indemnizações.

Em declarações à agência Lusa após ser ouvido no Parlamento, no Grupo de Trabalho de Acompanhamento da Temática da Floresta Portuguesa e dos Incêndios, o presidente da Associação de Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal, Luís Lagos, reconheceu a importância de um relatório como o elaborado pela equipa da Universidade de Coimbra para os familiares das vítimas dos incêndios de outubro passado.

“Entendemos que é uma situação de igualdade. Nunca perceberemos o que aconteceu nos fogos de outubro, as medidas da Proteção Civil que foram e que não foram adotadas, as circunstâncias do falecimento de cada um que partiu, a dor que causou aos familiares esse momento e isso são dois critérios essenciais para a avaliação do dano não patrimonial para chegar a um valor indemnizatório final”, avançou.

Luís Lagos acrescentou ainda que um relatório como o do professor Xavier Viegas para os incêndios de Pedrógão irá ser igualmente um “trabalho de memória futura”, para que fique gravado no futuro “o que falhou” nos grandes incêndios ocorridos em junho e outubro no país.

“O primeiro ministro é o primeiro defensor [do relatório de Xavier Viegas], de uma forma indireta acabou por afirmar a essencialidade do relatório ao ter entregue o mesmo à provedora de Justiça. No entender dele, dava a entender que existia uma dificuldade de chegar ao critério indemnizatório final se a provedora não tivesse o tão falado capítulo seis”, acrescentou.

“Outubro não tem capitulo um, nem dois, três, quatro, cinco nem seis e tem de ter até por uma questão de igualdade de objetividade na aferição da indemnização final e porque merecemos isso para ajudar a perceber o que falhou, para que nunca mais volte a falhar”, disse ainda.

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