O papa Francisco apelou esta quinta-feira aos responsáveis e trabalhadores dos vários serviços da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano que não patrocinem a precariedade laboral.

Francisco, que falava durante um encontro com estes responsáveis para apresentação de boas festas, disse que “também no Vaticano” há um “problema”, o trabalho precário, e assegurou que recentemente realizou uma reunião sobre o assunto com o cardeal alemão Reinhard Marx, coordenador da Secretaria de Economia da Santa Sé.

“Não podemos pregar a doutrina cristã e ter depois em casa este problema. Assim como não podemos deixar ninguém sem trabalho, a menos que já tenha um acordo ou uma alternativa válida”, sustentou. No encontro de hoje o papa pediu desculpas pelo artigo 11 do Regulamento Geral da Cúria, que permite o trabalho temporário.

Para mim é uma questão de consciência. E para resolver este problema peço o contributo de todos vós. O trabalho é a vossa estrada para a santidade, para a felicidade, para levarem adiante as vossas vidas com satisfação, porque o trabalho dá dignidade e a segurança de um trabalho dá dignidade”, frisou.

Também neste dia, durante a homilia, o papa afirmou que Jesus está presente em todos os que sofrem com o “trabalho escravo” e com “a guerra e o terrorismo” e nos que veem a “sua dignidade pisada e descartada”.

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A celebração litúrgica começou cerca de 10:00 horas locais quando Francisco chegou à Praça do Vaticano a pé e se aproximou do obelisco central para testemunhar a procissão das palmeiras e ramos de oliveira e dar a sua bênção.

Mais tarde, o pontífice carregou uma palma em procissão ao altar localizado antes da fachada principal da Basílica de São Pedro, onde presidiu à celebração da Santa Missa da Paixão do Senhor. O papa apresentou também no Vaticano os seus votos de Bom Natal à Cúria Romana, tendo destacado o Natal como uma “festa de fé”.

Que este Natal nos faça abrir os olhos e abandonar o que é supérfluo, falso, malicioso e enganoso, e perceber o que é essencial, verdadeiro, bom e autêntico (…) Uma Cúria encerrada em si mesma atraiçoaria o objetivo da sua existência e esta acabaria por cair na autorreferencialidade, e condenada à autodestruição”, referiu.

O papa sublinhou a importância de “superar” na Igreja Católica “uma lógica desequilibrada e degenerada de intrigas e de pequenos grupos que na realidade representam — apesar das suas justificações e boas intenções — um cancro que leva à autorreferencialidade”.