Os trabalhadores dos CTT cumpriram esta quinta-feira um dia de greve com uma adesão média de cerca de 70%, que a empresa disse ser de 17%, num dia em que o serviço de correios é tema de audições parlamentares.

O dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) Fernando Ambrioso disse à agência Lusa que a paralisação tem tido uma adesão entre os 70 e os 75% na área operacional. Nos serviços centrais a adesão poderá ser inferior, mas os dados, nesta área demoram mais tempo a recolher, disse o sindicalista.

Segundo Fernando Ambrioso, a greve de dois dias deverá agravar o atraso já existente na distribuição de correio devido à falta de pessoal. De acordo com a empresa, a paralisação não afetará o funcionamento dos correios, porque registou uma adesão de 17%, que levou apenas ao encerramento de duas das 608 lojas CTT.

Segundo o SNTCT (filiado na CGTP), a adesão à greve dos trabalhadores dos CTT nos três turnos da noite foi de 80% nas centrais de Lisboa, Porto e Coimbra.

Para Fernando Ambrioso, o principal objetivo da paralisação já foi conseguido pois o futuro do serviço prestado pelos correios tem sido discutido nos últimos dias, e neste dia está a ser tema de audições aos representantes dos trabalhadores e da administração na Assembleia da República.

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A greve de dois dias, por melhores condições de trabalho e pela salvaguarda dos postos de trabalho e da qualidade do serviço prestado à população, foi também convocada pelo Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (SINDETELCO), filiado na UGT.

Na terça-feira, os CTT, que empregam 12 mil trabalhadores, dos quais cerca de sete mil são da área operacional (rede de transportes, distribuição e carteiros), divulgaram um plano de reestruturação que prevê a redução de cerca de 800 postos de trabalho nas operações da empresa ao longo de três anos, devido à queda do tráfego do correio.

De acordo com o SNTCT, a Comissão Executiva dos CTT informou os representantes dos trabalhadores de que pretende reduzir o número de trabalhadores, entre 600 e 700, durante os próximos três anos, com especial incidência em 2019 e 2020.