O consumo de medicamentos para a disfunção erétil, um problema que afeta cerca de 14% da população masculina portuguesa, não tem parado de aumentar. Segundo dados da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), consultados pelo Jornal de Notícias, em 2016, venderam-se em Portugal 732.936 caixas deste tipo de comprimidos, representando mais de 27 milhões de euros. O número é o mais alto de sempre.

Os dados do Infarmed mostram que, em 2007, foram comercializadoa 587.196 caixas de medicamentos para a disfunção erétil. Sete anos depois, em 2004, quando a patente do Viagra ficou disponível, o número aumentou exponencialmente para 729.305 embalagens, descendo ligeiramente no ano seguinte, para 702.789. Até abril deste ano, foram vendidas 237.851 caixas em Portugal, refere o Jornal de Notícias.

Especialistas consultados pelo jornal acreditam que o aumento no volume de vendas se deve à descida de preços, provocada pelas perdas de patentes e pela introdução de genéricos no mercado português. “O preço dos medicamentos sempre foi um fator que limitou muito o uso destes medicamentos quando foram introduzidos”, disse ao Jornal de Notícias Francisco Cruz, diretor do serviço de Urologia do Hospital de S. João, no Porto. Por outro lado, o especialista acredita que a formação dos médicos nesta matéria também melhorou, o que leva a que estejam “mais seguros” na prescrição de medicamentos.

La Fuente de Carvalho, especialista em Urologia do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, também no Porto, tem a mesma opinião: “Os médicos têm maior disponibilidade para abordar e integrar a sexualidade na saúde global dos seus doentes”, uma mudança que é acompanhada por quem os consulta. De acordo com o catedrático, os doentes estão, de um modo geral, “mais abertos para com falar com o seu médico das dificuldades sexuais” e “sabem que existem medicamentos eficazes”.

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