Os Estados Unidos condenaram na sexta-feira os “contínuos ataques” da Assembleia Constituinte (AC) da Venezuela contra a democracia no país e instaram o Governo do Presidente Nicolás Maduro a permitir eleições livres e justas em 2018. “Os Estados Unidos condenam os contínuos ataques da ilegítima AC contra a democracia venezuelana”, diz um comunicado assinado pelo porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.

A Assembleia Constituinte da Venezuela “aprovou um decreto que, de maneira efetiva, proíbe alguns partidos políticos da oposição de participarem nas eleições presidenciais de 2018”, afirmou Heather Nauert, referindo-se a um decreto do passado dia 20. “Os Estados Unidos apelam para que se respeite a Constituição e a vontade do povo da Venezuela, através da Assembleia Nacional [onde a oposição detém a maioria] legalmente eleita. A Venezuela deve ter eleições presidenciais livres e justas em 2018”, refere a mesma nota.

O comunicado foi emitido depois de a Assembleia Constituinte da Venezuela, composta na totalidade por simpatizantes do regime, ter aprovado, na passada quarta-feira, dia 20, um decreto que impede os partidos políticos que boicotaram as últimas eleições de participarem nas presidenciais de 2018.

O decreto para a validação de partidos políticos obriga os movimentos que não participaram nas eleições de 10 de dezembro a iniciar um processo de revalidação junto do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), caso contrário ficarão impedidos de participar nas presidenciais previstas para o próximo ano.

O processo põe em causa três grandes partidos venezuelanos, Ação Democrática, Vontade Popular e Primeiro Justiça, que denunciaram irregularidades em eleições anteriores e que boicotaram o escrutínio de dezembro por entender que não existiam garantias eleitorais e por falta de confiança no CNE.

Na sequência da aprovação do decreto, a oposição acusou o regime de atuar “de forma paradoxal” ao querer impedir que partidos que fazem parte do processo de diálogo com o Governo participem nas presidenciais de 2018 por terem boicotado as eleições de dezembro.

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