A greve dos guardas prisionais em seis cadeias do país está a ter uma adesão de 90%, segundo o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Jorge Alves. “Neste momento, a adesão ronda os 90% do total do pessoal em serviço. É um número extremamente positivo neste período de Natal, que provoca sensibilidades e sentimentos diferentes”, comentou ainda o dirigente à agência Lusa, referindo que a percentagem está em linha com paralisações anteriores.

Jorge Alves mostrou-se confiante de que o nível de adesão se mantenha, dado os “objetivos da greve: um novo horário de trabalho imposto sem acordo dos profissionais”. “Estamos à espera que a percentagem continue a rondar os 90% da totalidade do pessoal em serviço nesta greve”, afirmou o responsável, referindo que, em alguns estabelecimentos, houve total adesão.

Os guardas prisionais iniciaram hoje uma greve, que se prolonga até quarta-feira, em seis cadeias do país, nas quais a Direção-Geral dos Serviços Prisionais vai aplicar o novo horário de trabalho para aqueles profissionais.

Anteriormente, Jorge Alves tinha explicado que existem dois períodos de greve: um entre os dias 24 e 27 de dezembro nos estabelecimentos prisionais de Lisboa, Porto, Paços de Ferreira, Coimbra, Castelo Branco e Funchal, e outro nos dias 24, 25 e 27 nas restantes prisões.

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Haverá também, segundo Jorge Alves, nova greve em seis estabelecimentos entre 31 de dezembro e 03 de janeiro e para as restantes cadeias nos dias 31 de dezembro e 01 e 02 de janeiro. Paralelamente, existe também uma greve em curso decretada pelo Sindicato Independente dos guardas prisionais, que começou no sábado e se prolonga até terça-feira, repetindo o protesto nos dias 01 e 02 de janeiro.

Na origem da greve, segundo o SNCGP, está o novo regulamento do horário de trabalho e a falta de cumprimento do estatuto profissional do corpo da guarda prisional, nomeadamente em relação às tabelas remuneratórias, avaliação de desempenho e não pagamento do subsídio de turno e trabalho noturno.

O diretor-geral dos Serviços Prisionais, Celso Manata, esclareceu já que as greves não vão impedir que os reclusos tenham direito a uma visita e a um telefonema para familiares e amigos no Natal, bem como no Fim de Ano, após uma decisão do Colégio Arbitral. Celso Manata diz que o novo regulamento de horário de trabalho é um assunto “encerrado”, entra em vigor em janeiro de 2018, e resultou de um longo período de negociações, que envolveu os sindicatos e o Ministério da Justiça.