O ano que está a terminar já detém o recorde do número de homicídios no México. De janeiro a novembro de 2017 foram perpetrados 23.101 assassinatos, de acordo com a informação citada pela AFP que foi divulgada nesta sexta-feira. Trata-se do número mais elevado de homicídios das últimas duas décadas.

Este tipo de criminalidade começou a aumentar desde que, em 2006, o governo liderado pelo presidente Filipe Calderon decalrou guerra aos poderosos cartéis da droga no país. Desde aquele ano, as autoridades registaram a morte por homicídio de 190 mil pessoas. Em 2011, o ano em que se tinha verificado o maior número de vítimas até agora, morreram 22.409 pessoas.

A onda de crime tem vindo a alastrara a regiões que tinham sido relativamente poupadas, nomeadamente em locais onde o turismo é um dos pilares da economia. É o caso da Baixa Califórnia, onde a taxa de homicídios mais do que duplicou em 2017 quando se comparam as estatísticas atuais com os dados relativos ao ano anterior. Este fenómeno, afirmam especialistas citados pela AFP, fica a dever-se à sucessiva fragmentação dos gangues da droga em organizações de menor dimensão e mais violentas.

Os cartéis estão envolvidos em conflitos violentos com o objetivo de conquistarem terreno onde cultivar substâncias ilícitas, vendo as suas tarefas facilitadas por forças policiais fracas e corrupção crescente, segundo Mike Vigil, antigo agente da DEA (Drug Enforcement Administration), a força especial dos Estados Unidos para o combate à droga. Para Semaforo Delictivo, um ativista mexicano pela paz, os números de homicídios refletem a escassez de ação por parte das autoridades, bem como o “falhanço” da estratégia anti-crime prosseguida pelo governo..

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