Os Estados Unidos da América vão reduzir a sua participação no orçamento da Organização das Nações Unidas (ONU) em 285 milhões de dólares — cerca de 240 milhões de euros. A informação foi confirmada esta terça-feira, em comunicado, pela representação norte-americana junto das Nações Unidas, dias depois de a esmagadora maioria dos países da ONU terem condenado a decisão de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

O corte é justificado com a “ineficiência” e o “excesso de gastos” da ONU. “Não vamos mais deixar que se tome partido da generosidade do povo americano”, defendeu a embaixadora dos EUA junto das Nações Unidas, Nikki Haley, no comunicado divulgado este fim de semana.

Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, disse em declarações citadas pela CNN que as Nações Unidas estão “a estudar o impacto dos números do orçamento recentemente adotados”, remetendo para mais tarde uma reação oficial a este corte.

ONU condena decisão americana sobre Jerusalém

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A tomada de posição norte-americana surge menos de uma semana depois de as Nações Unidas terem condenado, com 128 votos a favor, 9 contra e 35 abstenções, a decisão de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. Na altura, a representante dos EUA, Nikki Haley, disse que a posição das Nações Unidas foi “uma vergonha” e sublinhou que a ONU se tornou “um lugar hostil para Israel”.

“Os EUA irão lembrar-se deste dia como o dia em que foram castigados na Assembleia Geral por terem exercido o seu direito como nação soberana”, ameaçou Nikki Haley. “Vamos lembrar-nos disto quando formos chamados de novo a fazer a maior contribuição mundial para a ONU.”

Os Estados Unidos são o país que mais contribui para o orçamento comum da ONU, sendo responsáveis por cerca de 22% do orçamento total — isto porque a contribuição de cada membro é definida em função do respetivo PIB.