A Venezuela afirmou que 2.200 toneladas de pernil estão retidas na Colômbia, depois de Portugal ter negado as acusações do presidente Nicolás Maduro sobre a falta deste alimento tradicional de Natal que prometeu distribuir ao povo.
“Informo à Venezuela que as 2.200 toneladas de pernil estão retidas na Colômbia”, disse na quinta-feira o ministro venezuelano da Agricultura Urbana, Freddy Bernal, numa mensagem publicada na sua conta do ‘Twitter’, destacando que “a sabotagem não é só dos Estados Unidos ao congelar as contas dos que vendem comida ao país”.
Le informo a Vzla que 2.200 toneladas de pernil están retenidas en Colombia. El saboteo no sólo es de #EEUU al congelarle las cuentas a los que les venden comida al país, ahora el gobierno colombiano desde hace 7días mantiene retenido los perniles en la frontera de Paraguachón.
— Freddy Bernal (@FreddyBernal) December 28, 2017
De acordo com Bernal, “o governo colombiano mantém há sete dias os pernis retidos na fronteira de Paraguachón”, entre La Guajira e o estado venezuelano de Zulia.
O ministro venezuelano que também é responsável pelo sistema de distribuição de alimentos, os denominados Comités Locais de Abastecimento e Produção, disse numa outra mensagem que “60% do pernil que até agora foi distribuído foi graças à compra feita aos produtores nacionais”.
Para o governante, “a percentagem programada foi sabotada” pelos Estados Unidos e pelos “seus aliados comerciais no mundo”.
Na quinta-feira, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou Portugal de sabotar a importação de pernil de porco, depois de Caracas ter feito um plano de importação e acertado os pagamentos.
Este problema levou os venezuelanos para as ruas em protesto contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro pelo incumprimento da promessa de distribuir pernil de porco na época do Natal, reclamando que também não terão aquele e outros produtos no fim de ano.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português rejeitou a acusação de sabotagem à venda de carne de porco à Venezuela, frisando que Portugal é uma economia de mercado em que o Governo não interfere nas relações entre empresas.
Entretanto, a empresa agroalimentar Raporal informou que a Venezuela deve cerca de 40 milhões de euros às empresas portuguesas fornecedoras de pernil de porco àquele país, dos quais 6,9 milhões lhe são devidos.