Os primeiros meses do novo ano apresentam quatro novidades principais. O regresso de Jonathan Capdevielle à Culturgest, depois de “Adeus”, em 2016. A estreia nacional de uma criação de Romeo Catellucci, no São Luiz, em Lisboa. A 8ª edição do GUIdance – Festival Internacional de Dança Contemporânea de Guimarães, que inclui o coreógrafo britânico Wayne McGregor. E ainda o ciclo Tânia Carvalho, organizado pelo Companhia Nacional de Bailado no Teatro Camões, com extensão no Maria Matos e no São Luiz.

Mas há mais. O Observador propõe uma seleção de espetáculos, organizada de norte para sul, por data de apresentação.

Viana do Castelo

Teatro Municipal Sá de Miranda – “À Espera de Beckett ou Quaquaquaqua“, 4 a 6 de janeiro

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Esteve em novembro no Teatro da Trindade, em Lisboa, e no início do novo ano apresenta-se em Viana do Castelo. Peça de homenagem ao ator e encenador Francisco Lopes Ribeiro, o Ribeirinho (1911-1984). São recordadas as três versões de “À Espera de Godot”, de Beckett, que Ribeirinho encenou em 1959, 1969 e 1973. Texto e direção de Jorge Louraço, com Estêvão Antunes, Mário Moutinho, Óscar Silva e Pedro Diogo.

Braga

Theatro Circo – “Imprudência”, 9 a 11 de janeiro

Comédia sobre a “pasíon española” de um escritor russo e uma mulher em busca de liberdade. Encenado por Rui Madeira (Companhia de Teatro de Braga), com tradução de António Pescada, “Imprudência” foi escrito em 1843 por Ivan Turgueniev, considerado um dos grandes dramaturgos europeus. Elenco: André Laires, António Jorge, Carlos Feio, Eduarda Filipa, Rogério Boane, Sílvia Brito e Solange Sá.

Guimarães

Centro Cultural Vila Flor – “Autobiography”, 1 de fevereiro

O coreógrafo britânico Wayne McGregor leva a Guimarães a “criação mais íntima e ousada” de sua autoria, em estreia nacional. “McGregor sequenciou o próprio genoma, convertendo-o em algoritmos que deram origem aos movimentos da peça”, lê-se na sinopse. O espetáculo abre a 8ª edição do GUIdance – Festival Internacional de Dança Contemporânea, que decorre em Guimarães de 1 a 10 de fevereiro. O programa inclui espetáculos de Vera Mantero, Rui Horta e Marlene Monteiro Freitas.

[vídeo de promoção de “Autobiography”]

Vila Real

Teatro de Vila Real – “O Quebra-Nozes”, 5 de janeiro

Oportunidade de rever a famosa coreografia do fim do século XIX, com música de Tchaikovsky, aqui na versão do Russian Classical Ballet.

Porto

Teatro Nacional de São João – “Elizabeth Costello”, 18 a 28 de janeiro

Baseia-se no romance “Elizabeth Costello” (2003), de Coetzee, este espetáculo dirigido por Cristina Carvalhal, e estreado a 13 de dezembro na Culturgest, em Lisboa. Aborda temas como a essência de Deus, o Holocausto nazi, o vegetarianismo, o amor, o mal. Com Bernardo Almeida, Cucha Carvalheiro, Luís Gaspar, Rita Calçada Bastos e Sílvia Filipe.

Teatro do Campo Alegre – “Um Libreto para Ficarem em Casa seus Anormais”, 9 de fevereiro

Estreada em junho no Teatro Nacional D. Maria II, é uma peça de Albano Jerónimo, baseada em Rodrigo García e Werner Herzog, descrita como “ópera tropical” sobre a situação política dos nossos dias. Com libreto de Mickaël de Oliveira e música de Vítor Rua.

[vídeo de promoção de “Um Libreto para Ficarem em Casa seus Anormais”]

Rivoli – “Por Amor!”, 10 de fevereiro

“Monólogo sobre aquele que se ama, aquele que se espera, aquele que nos abandona, aquele que desejamos, aquele que ignoramos ou nos ignora, que nos cuida e de quem cuidamos.” Patrícia Portela, Leonor Barata ou Sónia Baptista, à vez em palco, com cenário baseado na pintura de Frida Kahlo e Tintoretto.

Aveiro

Teatro Aveirense – “Simone, O Musical”, 19 e 20 de janeiro

História de vida da cantora e atriz Simone de Oliveira, com texto e encenação de Tiago Torres da Silva. O elenco inclui a própria Simone e ainda José Raposo, Maria João Abreu, Marta Andrino, Pedro Pernas, Rúben Madureira, Salvador Nery, Sissi Martins, Soraia Tavares e FF.

Ílhavo

Casa da Cultura – “Brother”, 3 de fevereiro

“Sete intérpretes questionam-se, através do movimento, sobre o que procuram na dança”, refere a sinopse. A nova criação de Marco da Silva Ferreira, estreada no início de 2017 no Rivoli, é interpretada por Anaísa Lopes, Cristina Planas Leitão, Duarte Valadares, Filipe Caldeira, Marco da Silva Ferreira, Max Makowski e Vitor Fontes.

[excerto de “Brother”]

Coimbra

Teatro Académico Gil Vicente –“Libertação”, 8 de fevereiro

André Amálio e Tereza Havlíčková refletem sobre as guerras pela independência em Angola, na Guiné e Moçambique. O espetáculo é baseado em entrevistas com antigos soldados e numa pesquisa de arquivo sobre a Guerra Colonial. Interpretação de André Amálio, Lucília Raimundo e Nelson Makossa.

Leiria

Teatro José Lúcio da Silva – “Embarcação do Inferno”, 25 e 26 de janeiro

O mais conhecido e estudado texto de Gil Vicente – “Auto de Moralidade da Embarcação do Inferno”, também conhecido como “Auto da Barca do Inferno”, apresentado pela primeira vez há 500 anos – aqui em cocriação da Escola da Noite e do Centro Dramático de Évora. Encenação de António Augusto Barros e José Russo.

Sintra

Centro Cultural Olga Cadaval – “Porta com Porta”, 20 de janeiro

“Rute, uma mulher independente com cerca de 40 anos, resolve comprar um apartamento novo num edifício de prestígio. Mas, na euforia de conseguir mais um passo na sua independência, acontece algo que não estava planeado.” Comédia de Lázaro Matheus, com Sofia Alves e João de Carvalho. Encenação de Celso Cleto.

Lisboa

Culturgest – “Agora Nós os Dois”, 11 e 12 de janeiro

Neste espetáculo que tem por base o romance policial “Un Crime” (1935), de Georges Bernanos, o coreógrafo e intérprete francês Jonathan Capdevielle “desossa os particularismos da província e descasca a franqueza e as tradições dos aldeões para examinar a condição humana com empatia, ternura e humor negro”.

Teatro Municipal Maria Matos – “Chego Sempre Atrasada aos Funerais Importantes”, 11 a 14 de janeiro

Depois de exibir uma amostra durante o festival lisboeta Temps d’Images, em novembro último, Catarina Vieira estreia agora a peça completa, em torno da ideia de herói solitário e de como este lida com o amor e a morte.

[excerto de “Chego Sempre Atrasada aos Funerais Importantes”]

Teatro da Trindade – “150 Milhões de Escravos”, 11 a 28 de janeiro

“Quem são hoje os filhos dos homens que nunca foram meninos?”, pergunta-se Maria João Luís nesta adaptação da obra central do neorrealismo, “Esteiros”, de Soeiro Pereira Gomes, também com textos de Mickaël de Oliveira e Tchékhov. Elenco: Beatriz Godinho, ​Catarina Rôlo Salgueiro, Emanuel Arada, Ivo Alexandre, João Saboga, José Leite, Hélder Agapito, Lígia Soares e Teresa Sobral.

Teatro Nacional D. Maria II – “Eu uso Termotebe e o meu pai Também”, 8 a 11 de fevereiro

“Um espetáculo que tenta pensar o que foi a indústria, dos anos 50 até agora; um processo de revisão da transmissão da memória do trabalho”, explica o encenador, Ricardo Correia. Inclui testemunhos recolhidos junto de operários fabris de várias cidades portuguesas. Com Beatriz Wellenkamp, Celso Pedro, Hugo Inácio, Joana Pupo e Sara Jobard. Em estreia.

Centro Cultural de Belém – “Muros”, 9 e 10 de fevereiro

A nova criação da coreógrafa Né Barros fala de identidades, etnias, territórios. “Num momento particularmente crítico no que respeita às questões migratórias, reemerge a importância de pensar o corpo como uma valência transversal e sem fronteiras”. Apresentações no CCB depois da estreia, em abril, no Teatro Nacional São João.

[excerto de “Muros”]

Teatro Camões – “S”, 22 de Fevereiro a 2 de março

“S” é uma nova criação de Tânia Carvalho para a Companhia Nacional de Bailado, no âmbito de um ciclo retrospetivo dedicado à coreógrafa. “Uma mistura de símbolos. Um contraste de formas. Um mesclado de estilos. Não de forma acutilante, mas aprazível, para que os contrastes entrem em harmonia”, refere a criadora na sinopse.

Teatro Municipal São Luiz – “Democracy in America”, 23 a 25 de fevereiro

Livremente inspirado em Tocqueville, Romeo Castellucci “transporta-nos para a vida comunitária dos puritanos e índios norte-americanos” e “procura esclarecer questões como a linguagem da comunicação, a religião e a noção de comunidade”. Com intervenções coreográficas baseadas no folclore da Albânia, da Grécia, do Botsuana, de Inglaterra, da Hungria e da Sardenha. Estreia portuguesa.

[excerto de “Democracy in America”]

Almada

Teatro Municipal Joaquim Benite – “O Feio”, 10 a 19 de fevereiro

Parábola moderna sobre o mundo das aparências, escrita pelo alemão Marius von Mayenburg. “Lette é um indivíduo que descobre ser incrivelmente feio, mas para quem a operação plástica se revelará bem pior que o soneto.” Encenação de Toni Cafiero, com André Pardal, João Farraia, João Tempera e Maria João Falcão.