O uso de algumas aplicações de troca de mensagens eletrónicas e do Instagram foram restringidas pelo governo iraniano “temporariamente”, avança a IRIB, uma agência de notícias estatal, citada pela BBC. “Manter a tranquilidade e segurança da sociedade” surge como justificação. As redes sociais tem sido um recurso essencial para os manifestantes partilharem e difundirem informação sobre os protestos, pelo que as autoridades cortaram o acesso a alguns sites e aplicações na Internet.

É a terceira noite de manifestações contra o poder no Irão. Dois manifestantes foram mortos em confrontos na cidade de Doroud, confirmou o vice-governador da província de Lorestan, Habibollah Khojastehpour, à agência de notícias France Presse. 200 pessoas foram detidas em Teerão, informou o vice-governador da capital, Ali Asghar Nasserbakht, citado pela agência ILNA. Nasserbakht disse que a polícia deteve pessoas que planeavam realizar motins e distúrbios, bem como a destruição de instalações públicas. O mesmo responsável, que tem a tutela da segurança em Teerão, avançou que foram detidos cerca de 40 líderes dos manifestantes.

O Irão avisou este domingo que os manifestantes “pagarão o preço” pelos protestos, depois de uma nova noite de manifestações contra o poder no país.

Aqueles que destroem a propriedade pública, criam desordem e agem ilegalmente devem responder pelas suas ações e pagar o preço. Agiremos contra a violência”, afirmou o ministro do Interior iraniano, Abdolreza Rahmani Fazli.

Ao meio-dia da terceira jornada de protestos, dezenas de estudantes concentraram-se junto à entrada principal da Universidade de Teerão para protestar contra o poder, mas as forças de segurança dispersaram os manifestantes com recurso a gás lacrimogéneo. De seguida, centenas de estudantes tomaram o controlo da entrada da universidade.

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O Presidente do Irão, Hassan Rohani, já falou ao país e considerou que os cidadãos que se têm manifestado em várias cidades iranianas têm direito ao protesto, mas rejeitou “a violência e a destruição de propriedade pública”. Rohani disse que estes não podem fazer com que o restante povo “se sinta preocupado quanto às suas vidas e quanto à sua segurança”.

Presidente do Irão admite direito ao protesto mas rejeita violência nas ruas

Estas têm sido as manifestações mais importantes desde o movimento de protesto contra a reeleição do ex-presidente conservador Mahmoud Ahmadinejad em 2009.