O cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, apelou esta segunda-feira aos católicos para que dirijam um “olhar de paz” para os outros, principalmente para imigrantes e refugiados, que procuram Portugal “por razões de pura sobrevivência”.

Para a primeira missa do ano, o cardeal escolheu a Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, na Benedita, em Alcobaça, distrito de Leiria e diocese de Lisboa, centrando a sua homilia na mensagem “Imigrantes e refugiados: homens e mulheres que procuram a paz”, sugerida pelo papa Francisco para este Dia Mundial da Paz.

“O papa Francisco dirige esta mensagem especialmente aos imigrantes e aos refugiados, que são muitíssimos no mundo de hoje – 250 milhões de imigrantes é efetivamente uma multidão – e muitos deles muito mal recebidos e mal acompanhados. E muitos deles tiveram de emigrar por procura de melhor vida, mas também de sobrevivência”, disse.

Manuel Clemente lembrou que também Jesus, Maria e José tiveram de refugiar-se no Egito para fugir a Herodes e realçou que Jesus Cristo sempre se apresentou como o “príncipe da paz”, tendo “um olhar de paz, de pacificação, para os que estão perto e para os que vêm longe”, porque “nas terras de onde provêm nem têm paz, nem têm pão, nem têm sossego, nem têm nada”.

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“Um olhar que, por vezes, também tinha advertências sérias, porque, como sabemos, a paz é fruto da justiça, e só a podemos alcançar quando somos justos e damos a Deus e aos outros aquilo que lhes é devido”, acrescentou.

O Cardeal sublinhou que este olhar de pacificação deve ocorrer junto das famílias de cada um e alargado da família “a esta grande família em que a sociedade se deve tornar para os de cá e para os que nos procuram”.

“Temos de ser os primeiros colaboradores desta pacificação. (…). Devemos reforçar este olhar. E este olhar, segundo o papa, é um olhar que depois se desdobra em quatro atitudes, uma atitude de acolhimento, outra de proteção, de promoção e de integração”, disse.