“Dentro de um saco, dentro de um bolo”, esclareceu fonte do Departamento de Investigação Criminal de Setúbal da Polícia Judiciária (PJ) ao Observador. Foi onde uma mulher levou 25 gramas de haxixe para o Estabelecimento Prisional de Setúbal, no passado dia 30 de dezembro. “Exteriormente não se via nada”, acrescentou ainda a fonte.

A mulher, de 46 anos, é mãe de um recluso a quem iria entregar os 25 gramas de haxixe. Dada a pouca quantidade da droga que a mulher transportava e tentava introduzir naquele estabelecimento prisional, a PJ acredita que seriam para “consumo próprio” do recluso. “Sabe-se que o filho é consumidor”, revelou a fonte da PJ ao Observador.

25 gramas não é muito. Já apanhámos muito mais. Este produto lá dentro [nos estabelecimentos prisionais] vale muito mais do que cá fora“, explicou fonte da PJ ao Observador.

Ainda assim, não é excluída a hipótese de tráfico para comercialização do produto, revelou a mesma fonte da PJ, adiantando que “depende da frequência com que a mãe lá ia”. Há a possibilidade deste caso estar inserido num “esquema mais alargado”, de comercialização dentro do estabelecimento prisional em troca de outros produtos. Ou ainda em troca de dinheiro que depois é transferido para os vendedores que se encontram no exterior.

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O revendedor [dentro do estabelecimento prisional] dá o NIB do vendedor [fora do estabelecimento prisional] a cada um dos compradores para que estes, por sua vez, o deem a pessoas de confiança que transferem o dinheiro para o vendedor”, contou fonte da PJ

Este caso está longe de ser um caso isolado. Fonte do Departamento de Investigação Criminal de Setúbal disse ao Observador que já tiveram “vários casos”. “Fizemos, no ano passado, várias detenções“, adiantou ainda.

Mãe detida e com obrigação de se apresentar às autoridades

A mãe de 46 anos foi identificada e detida pela Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Setúbal, em articulação com o Estabelecimento Prisional de Setúbal, por tráfico de estupefacientes agravado — “agravado pelo facto de se tentar introduzir num estabelecimento prisional”, esclareceu fonte da PJ ao Observador.

A mulher foi “presente a primeiro interrogatório judicial” e foi-lhe aplicada a “medida de coação de apresentações periódicas às autoridades”, informa o comunicado publicado esta terça-feira no site da PJ.