Acontece todos os anos, a 5 de janeiro, em Espanha, mas também em algumas cidades da República Checa, Polónia, México e até em Monção, Portugal: a “Cabalgata de Reyes Magos” (“Desfile dos Reis Magos” em português) — é um desfile de carros alegóricos, a partir dos quais os participantes disfarçados de Reis Magos e os seus pajens atiram caramelos e doces às crianças.

Em Espanha a tradição tem anos: o desfile dos Reis Magos de Alcoy, em Alicante, Espanha, é considerado um dos mais antigos do mundo. Mas este ano, em Puente de Vallecas, em Madrid, a tradição está em risco de ser quebrada.

Uma carrinha colorida, com purpurinas e decorada com uma bandeira da comunidade LGBT com três drag queens vestidas de “Rainhas Magas” — como lhes chama o jornal espanhol El Diario — pode vir a fazer parte do desfile deste ano. La Prohibida, Roma Calderón e Dnnoé Lamiss são as três drag queens convidadas para desfilar no “carro alegórico pela igualdade e diversidade LGBT”.

E a polémica está instalada. Especialmente esta quarta-feira depois de a drag queen La Prohibida ter anunciado que vai subir ao carro alegórico não vestida de Rei Mago mas fantasiada com um pijama de urso de peluche. “O Dia de Reis tem que ser respeitado como se respeita qualquer festividade de outra religião”, defendeu José Luis Martínez Almeida, porta-voz do Partido Popular em declarações à AFP.

A Liga Espanhola de Direitos Humanos solicitou ao Tribunal de Instrução de Madrid que adote medidas urgentes para evitar a participação do “carro alegórico pela igualdade e diversidade LGBT” no desfile dos Reis Magos. O pedido foi feito numa carta na qual afirmam a presença do carro “prejudica muito o interesse geral e as crianças, além do legítimo interesse da Igreja Católica pela imagem irreverente e ofensiva que afeta um dos seus principais símbolos “.

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