A descoberta do esqueleto de uma menina com menos de um ano que viveu no Alasca há 11,5 mil anos revela que as primeiras pessoas a colonizar os Estados Unidos da América vieram da Sibéria. A conclusão foi tirada por uma equipa de cientistas da Universidade de Copenhaga (Dinamarca) depois de quase cinco anos a estudar os fósseis encontrados no sítio arqueológico de Upward Sun River. De acordo com os investigadores, um grupo de pessoas da Sibéria chegou ao continente norte-americano através de uma ponte terrestre que havia entre a Ásia e a América.

De acordo com a revista Nature, que publicou o estudo em causa, o esqueleto foi encontrado no Alasca em 2013, mas os cientistas tiveram de esperar cinco anos até encontrarem informação genética intacta que pudessem analisar para sustentar a tese de que os nativos americanos vinham da Sibéria. Quando o ADN da criança foi finalmente descodificado, os cientistas compararam-no com os genomas de 167 populações modernas e ancestrais. Com as diferenças e semelhanças encontradas entre eles, os investigadores desenharam uma árvore genealógica para entender a que população pertencia aquela menina. Perceberam que a bebé pertencia à primeira linhagem conhecida de onde todos os nativos americanos descenderam.

A mesma árvore genealógica sugere que essa linhagem teve origem na região da Sibéria há 34 mil anos, mas que há 25 mil que os seus membros começaram a reproduzir-se com os chamados proto-europeus. Enquanto isso acontecia, o nível da água do mar começou a diminuir e abriu-se um istmo entre a América do Norte e a Rússia. Como a linhagem a que a menina pertencia começou a deslocar-se para Beríngia, a tal porção de terra firme que unia o Alasca à Sibéria, aquela população encontrou uma ponte para se espalhar pelo menos. Centenas de anos mais tarde, a linhagem atravessou Beríngia e chegou aos Estados Unidos. De acordo com os cientistas, quando esta menina encontrada pelos cientistas vivia no Alasca, a maior parte da linhagem ainda estava na ponte terrestre.

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