Um brasileiro está preso na Venezuela desde dezembro e o Brasil acusa o Governo venezuelano de não atender aos pedidos de informações sobre o paradeiro do jovem, divulgou a imprensa brasileira.

O portal de notícias brasileiro G1 publicou, na quinta-feira, que a prisão do designer gráfico brasileiro Jonatan Moisés Diniz foi anunciada pelo militar e político venezuelano Diosdado Cabello, no seu programa de televisão, a 27 de dezembro.

O político venezuelano acusou o brasileiro, que atualmente mora nos Estados Unidos, de presidir a uma organização não-governamental (ONG) de fachada e de ser, na verdade, membro de uma organização criminosa.

Outras três pessoas, todas venezuelanas, também teriam sido presas.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) informou na quinta-feira, em comunicado, que o Governo da Venezuela não atendeu aos pedidos de informações sobre o paradeiro de Jonatan Diniz, de 31 anos, que teria sido detido quando estava no país para fazer trabalho social com crianças.

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Na nota, o Governo brasileiro disse que a localização de Jonatan Diniz ainda é desconhecida e que o Governo do Presidente Nicolás Maduro foi questionado, tanto em Brasília quanto em Caracas, mas ainda não deu resposta.

O Itamaraty afirma que a Venezuela não informou da situação jurídica de Jonatan nem respondeu ao pedido de visita consular, o que desrespeita os termos da Convenção de Viena sobre Relações Consulares, dos quais os dois Estados são signatários.

“O Brasil solicita às autoridades da Venezuela que respondam rapidamente aos diversos pedidos de informação sobre a localização de nosso compatriota e sua situação jurídica, bem como de visita consular, cursados nos termos das convenções internacionais e de acordo com as obrigações assumidas pelos dois países à luz do direito internacional”, diz a nota do Governo brasileiro.

Juliano Diniz, irmão de Jonatan, disse ao portal G1 que a família foi informada sobre a prisão por uma amiga do brasileiro. Diniz estava na Venezuela havia uma semana para fazer doações a crianças carenciadas quando foi preso.

Jonatan Diniz é natural de Ijuí, no estado do Rio Grande do Sul, e vive há pelo menos um ano em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Segundo a família, antes de se mudar para os Estados Unidos, morou desde os quatro anos no Balneário Camboriú, no estado de Santa Catarina, e também já tinha vivido na Venezuela.

Numa entrevista recente ao G1, Juliano Diniz classificou como “sem fundamento” a acusação de que o irmão seria presidente de uma ONG de fachada chamada ‘Time for Change’.

“Não existe ONG nenhuma, falaram dessa ONG só para incriminar. Ele tinha um grupo de amigos, que conheceu na época que morou lá, e que se deram esse nome. Foi o Jonatan que criou, mas não é uma ONG, (…) é um grupo de ajuda”, afirmou o irmão do brasileiro.