Há cerca de 10 mil militares efetivos a menos nas Forças Armadas portuguesas, quando comparados os dados de 2016 com os valores registados em 2005. É um decréscimo de cerca de 25%, de acordo com a análise feita pelo Diário de Notícias (DN) esta sexta-feira, que teve em conta o número de pessoal nos quadros permanentes, bem como os regimes de voluntariado e contrato. Isso significa que, neste momento, há dois mil militares a menos do limiar mínimo aprovado (30 mil).

O assunto ganhou especial relevância depois de a Marinha ter anunciado que apenas 75 pessoas concluíram o último curso de formação para fuzileiros, um número bastante aquém das vagas disponíveis (242). No entanto, como relembra o DN, o curso contou com 357 candidatos — mas cerca de quatro quintos foram eliminados na recruta por “dificuldades de adaptação à vida militar”, como disse o porta-voz da Marinha, comandante Coelho Dias, ao mesmo jornal.

Questionado pelo DN, o ministério da Defesa afastou a hipótese de tornar o Dia da Defesa Nacional num mecanismo de recrutamento e justificou a redução de efetivos com “critérios de gestão” e não “por uma qualquer dinâmica da procura da profissão militar”, sublinhando que o número de militares em regime de voluntariado e contrato tinha peso semelhante no ano 2000 (40%) e em 2016 (43,7%).

“Há constrangimentos, que não são do foro da existência ou não de candidatos mas sim orçamentais”, declarou o gabinete do ministro Azeredo Lopes ao jornal. O atual número de militares efetivos, rondando os 28 mil, “é o fruto das opções de gestão, boas ou más. Não resulta da falta de candidatos”, alerta o ministério. Para isso terão contribuído as decisões de redução do patamar de efetivos de 32 mil para 30 mil militares e a posterior exigência de todas as promoções não poderem significar aumentos de despesa.

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