Travis Kalanick, o polémico fundador e ex-presidente da Uber, vai vender cerca de 29% do capital social que detém na empresa ao SoftBank por 1,4 mil milhões de dólares, avança a Bloomberg. Atualmente, Kalanick — que saiu da liderança da empresa em junho de 2017 — detém 10% do capital acionista da tecnológica.

A Uber não está cotada em bolsa e a avaliação feita com base nas rondas de investimento em capital de risco avaliavam a empresa em 68 mil milhões de dólares, fazendo da Uber a tecnológica não cotada mais valiosa do mercado. Na semana passada, o SoftBank comprou 15% da empresa com um desconto de 30% fazendo com que o valor da tecnológica caísse 20 mil milhões de dólares.

Segundo o que várias fontes disseram à Bloomberg, Kalanick planeava vender perto de 50% das ações que detém ao SoftBank, mas teve de reduzir o número de títulos Em causa estão os limites já previstos no acordo entre a Uber e o grupo chinês. A venda de ações fará com que o polémico empreendedor se torne num verdadeiro multimilionário.

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A Uber tem estado sob várias polémicas desde o início do ano passado, quando a ex-engenheira da empresa Susan Fowler denunciou várias situações de assédio sexual num blogue. Seguiram-se outras queixas de outros funcionários, que descreveram em blogues e em reportagens a cultura de trabalho agressiva e sexista que se vivia nos escritórios da tecnológica. A isto, juntou-se um processo judicial interposto pela Waymo, que acusava um funcionário da Uber de ter roubado dados confidenciais sobre a empresa.

As sucessivas polémicas levaram o conselho de administração da empresa a afastar Travis Kalanick da liderança em junho. Foi substituído em agosto pelo iraniano Dara Khosrowshahi, ex-presidente executivo da Expedia, empresa de reservas de viagens online, que logo nos primeiros meses de atividade teve de pedir publicamente desculpa pelos erros do antecessor.

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