A família Hopkins – pai, mãe e três filhos – vivia em Detroit, nos Estados Unidos, mas decidiu mudar-se para Girona, na Catalunha. Alugaram uma casa e comiam, dormiam e trabalhavam lá dentro. Há dois anos, os Mossos d’Esquadra entraram dentro do apartamento e descobriram um segredo digno de um qualquer filme de terror: a família passava os dias em conjunto com o cadáver de uma criança de sete anos. Durante um mês, os Hopkins tomavam o pequeno-almoço, passavam a ferro e lavavam a loiça junto ao corpo de Caleb, o filho mais novo, cuja morte quiseram ocultar.

Quando a polícia catalã entrou dentro do apartamento – depois de uma denúncia da senhoria, já que a família tinha deixado de pagar a renda – deparou-se com um “cheiro nauseabundo”. Os agentes pensavam que a casa estava vazia mas foram surpreendidos com a presença dos quatro elementos restantes da família. Segundo o El Español, a casa estava cheia de lixo e a praga de moscas era insuportável.

Foi no segundo andar que descobriram aquilo que ninguém imaginava. Um corpo, envolto num lençol, deitado no chão do hall. “Não está morto, está a dormir”, disse Bruce Hopkins, o pai da família. Mas a mentira não convenceu ninguém. Os Mossos d’Esquadra destaparam o cadáver da criança, já em avançado estado de decomposição, e foi aí que Bruce e a mulher, Schrell, confessaram. Caleb, de sete anos, tinha morrido um mês antes no seguimento de uma crise asmática.

O casal, profundamente religioso, tentou tratar o filho mais novo com medicina tradicional, homeopática e orações. Quando Caleb morreu, decidiram não contar a ninguém, com receio de represálias, e tornaram-se reféns da própria casa. Depois da descoberta dos Mossos d’Esquadra, Bruce e Schrell foram detidos e perderam a custódia dos outros dois filhos. Mas não se preocuparam muito; saíram da prisão com fiança, mudaram-se para Valência, nunca visitaram os filhos nos lares em que foram colocados e acabaram por regressar aos Estados Unidos.

Em novembro, voltaram a Espanha para o julgamento. A decisão da justiça espanhola? 990 euros de multa.

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