Vinte deputados britânicos no Parlamento Europeu apelaram a Theresa May para mudar o caminho de saída da União Europeia, mantendo o Reino Unido no mercado único de bens e pessoas. A carta à primeira-ministra britânica, noticiada pelo The Guardian, é assinada por três deputados do Partido Conservador e pela maioria dos políticos trabalhistas que estão baseados em Bruxelas.

O apelo não representa apenas um desafio para a líder do Governo e do Partido conservador, mas também para o presidente do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn. Os deputados argumentam que as vantagens de ficar no mercado interno são agora mais fortes do que eram quando se realizou o referendo, em junho de 2016. E avisam que abandonar a união económica irá tornar o Reino Unido mais pobre, sugerindo ainda que devia ser dada a hipótese aos eleitores de repensar a sua posição sobre o Brexit.

“A melhor forma de assegurar a prosperidade britânica será a de permanecer chegado à Europa, dentro do mercado único e da união aduaneira e assegurar um acordo que mantenha os britânicos dentro da sala,” assinalam os deputados que são apoiantes do movimento Open Britain (Reino Unido aberto).

“Infelizmente”, reconhecem, este cenário já não parece provável. “Assim, se o preço do Brexit resultar numa perda de controlo sobre as regras e a economia e isso nos deixar mais pobres, as pessoas têm todo o direito de manter uma mente aberta para avaliar se a via seguida pelo nosso Governo para concretizar o Brexit é o caminho mais certo para o país”.

Para estes deputados é uma ironia lamentável que os britânicos tenham ajudado a moldar o mercado único, mas que sucessivos governos tenham falhado em convencer os britânicos dos benefícios da União Europeia. Os políticos destacam ainda as decisões tomadas entretanto pela União Europeia para travar a evasão fiscal por gigantes tecnológicos americanos como a Amazon, acabar com os custos do roaming nas comunicações e os novos acordos comerciais com o Canadá e o Japão.

Deixar a UE significa desistir do nosso lugar na mesa dos dirigentes europeus e arrisca a fazer de nós um país que segue as leis dos outros ao invés de definir as leis.

A maioria dos subscritores foram eleitos pelo Partido Trabalhista, 12, mas também marcam presença conservadores, liberais e ecologistas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR