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A tarde em que Jonas ajudou o Luís Miguel a voltar a ser Pizzi (a crónica do Moreirense-Benfica)

Este artigo tem mais de 5 anos

O MVP do último Campeonato teve um mau início de época mas voltou a fazer a diferença ao lado daquele que mais vezes a diferença faz: Pizzi e Jonas decidiram vitória do Benfica com o Moreirense (2-0).

Jonas fez a assistência para o primeiro golo de Pizzi e ainda marcou o segundo que sentenciou o encontro aos 74'
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Jonas fez a assistência para o primeiro golo de Pizzi e ainda marcou o segundo que sentenciou o encontro aos 74'

MANUEL ARAÚJO/LUSA

Jonas fez a assistência para o primeiro golo de Pizzi e ainda marcou o segundo que sentenciou o encontro aos 74'

MANUEL ARAÚJO/LUSA

Pizzi foi considerado o melhor jogador do último Campeonato mas, no início de nova temporada, baixou e de que maneira o seu rendimento. E não foi pela razão A, B ou C mas sim por um conjunto de circunstâncias fácil de identificar: o regresso tardio aos trabalhos após uma longa maratona em 2016/17, a nível de clube mas também de Seleção (de tal forma que teve de casar aproveitando uma folga antes do jogo com a Letónia e da Taça das Confederações, no início de junho); o abaixamento de influência de Fejsa, o parceiro de sempre no meio-campo; o menor rendimento em termos coletivos da equipa, com um início de temporada muito irregular.

Ciente das carências que afetavam os encarnados, Rui Vitória sacou do plano B que andou a trabalhar durante a pré-temporada preparando também o regresso de Krovinovic após lesão e, com esse 4x3x3, não só encontrou vaga para o croata no onze como fez com que Luís Miguel Afonso Fernandes (o nome do médio nascido em Bragança) fosse melhorando o seu rendimento com o passar dos jogos. Este domingo à tarde, em Moreira de Cónegos, voltou o Pizzi do costume. E não foi apenas pelo golo apontado no triunfo do Benfica por 2-0 frente ao Moreirense, mas por toda uma exibição a fazer recordar os melhores tempos do internacional na Luz. Pizzi provou que é humano e que, como qualquer humano, também quebra; agora, começa de novo a vestir o papel de super-herói.

As águias ganharam e ganharam bem, de forma convincente. Com um grande Pizzi, com um Krovinovic a continuar o seu processo de afirmação e com o Jonas do costume. O brasileiro que atua agora como ‘9’ tem o 10 na camisola e continua a fazer jogar 11 jogadores em seu torno. A assistir, a desequilibrar sem bola, a marcar. E além de ter chegado aos 20 golos no final da primeira volta (um feito apenas batido em seis ocasiões ao longo de toda a história da Liga), o brasileiro conseguiu fazer o gosto ao pé pela primeira vez em seis jogos seguidos.

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Ficha de jogo

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Moreirense-Benfica, 0-2

17.ª jornada da Primeira Liga

Parque Desportivo Comendador Joaquim Almeida de Freitas, em Moreira de Cónegos

Árbitro: Manuel Mota (AF Braga)

Moreirense: Jhonatan; Sagna, André Micael, Belkeroui, Rúben Lima; Alfa Semedo, Alan Schons (Ronaldo Peña, 46′), Neto; Bilel Aouacheria (Tozé, 66′), Arsénio (Zizo, 70′) e Cádiz

Suplentes não utilizados: Felipe, Iago Santos, Koffi Kouao e Ramires

Treinador: Sérgio Vieira

Benfica: Bruno Varela; André Almeida, Rúben Dias, Jardel, Grimaldo; Samaris (Keaton Parks, 46′), Pizzi, Krovinovic; Salvio (João Carvalho, 73′), Cervi e Jonas (Raúl Jiménez, 84′)

Suplentes não utilizados: Svilar, Lisandro López, Rafa e Seferovic

Treinador: Rui Vitória

Golos: Pizzi (23′) e Jonas (74′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Sagna (48′)

A primeira parte teve sentido quase único com mais mérito do Benfica do que demérito do Moreirense (por norma costuma dizer-se que os pratos desta balança equilibram-se mas não é o caso). E porquê? Porque, no plano teórico, a ideia de Sérgio Vieira para o jogo era correta: explorar as transições, sair a construir em ataque organizado e baixar linhas sem posse. Na prática, no entanto, a realidade foi outra: por um lado, os encarnados, com Samaris a ter um bom regresso à titularidade, anularam bem as unidades que lançavam contra-ataques e ocuparam sempre da melhor forma os espaços nos corredores laterais; por outro, porque conseguiram encontrar forma de explorar “buracos” na malha defensiva contrária, muito por culpa dos movimentos de Pizzi e Krovinovic.

Aliás, não foi acaso que, bem mais do que aos alas, as melhores oportunidades pertenceram aos dois médios, a começar pelo croata: cruzamento da esquerda de Cervi e remate de primeira de Krovinovic, a passar perto do poste da baliza contrária após desviar ainda em Rúben Lima (7′). No seguimento do canto, e num episódio que se repetiria em mais lances de estratégia vindos de bola parada, Jardel subiu mais alto mas Jhonatan amarrou.

À passagem dos dez minutos, o central André Micael foi lá à frente deixar aquele que seria o principal aviso do Moreirense ao longo de toda a primeira parte, com um cabeceamento após bola bombeada de Sagna (o que dificultou ainda mais a ação do capitão dos cónegos) a ser bem travado por Bruno Varela. Todavia, essa imagem seria um autêntico oásis entre o domínio das águias, que aos 12′ viu Jhonatan, por duas ocasiões, tirar o golo a Jonas, isolado na área do conjunto de Moreira de Cónegos após um remate de Salvio prensado num defesa.

Por norma, o último passe ou toque acabava por ser dos extremos, mas eram as deslocações dos médios do corredor central para as laterais, criando aí situações de superioridade numérica (Schons, Neto e Alfa Semedo nunca tiveram a capacidade de travar esses movimentos por antecipação), que faziam toda a diferença. E quando não eram os alas a brilhar, “vestia-se” Jonas de assistente: jogada de envolvimento na esquerda com calcanhar de Cervi para o brasileiro que, com tempo, trabalhou e descobriu Pizzi no poste contrário para o 1-0 (23′).

Jhonatan não ficou bem na fotografia, passando a clara ideia de que poderia ter feito mais no remate de Pizzi. No entanto, apenas cinco minutos depois, conseguiu “corrigir” a abordagem defeituosa no golo: mais uma entrada de Krovinovic pela esquerda sem oposição, cruzamento atrasado para a entrada da área e remate na passada do médio português para grande intervenção do guarda-redes dos cónegos, o jogador mais ativo ao longo do encontro. Ao intervalo, a vantagem do Benfica podia até pecar por escassa, perante o domínio exercido.

Ao intervalo, ambos os treinadores mexeram. Sérgio Vieira, por opção: querendo mais em termos ofensivos da equipa, abdicou de Schons e lançou Ronaldo Peña para dar outro apoio a Cádiz; Rui Vitória, por necessidade: Samaris foi obrigado a sair devido a um problema físico, entrando para o seu lugar o jovem americano Keaton Parks. E logo a abrir, o Benfica só não marcou num lance estranhíssimo porque Jonas, após recuperar a bola em zonas adiantadas do terreno, viu Jhonatan chegar ainda a tempo para desviar com uma palmada o chapéu.

O lance, mais consentido do que propriamente criado, conseguiu ainda assim “abanar” o Moreirense que, durante alguns minutos e beneficiando ainda da adaptação de Parks à posição ‘6’, chegou com perigo à baliza do Benfica, nomeadamente naquele que acabou por ser um dos momentos do jogo: jogada de envolvimento na direita entre Bilel e Cádiz, cruzamento para a área, cabeceamento picado de Arsénio como mandam as regras e fabulosa defesa de Bruno Varela, que segurou a vantagem numa das raríssimas ocasiões em que teve de intervir (55′).

Foi sol de pouca dura e pouco depois voltou a “ditadura” encarnada em campo, tendo como principal protagonista o inevitável Jonas: primeiro, no seguimento de uma fantástica combinação com Cervi à entrada da área, Jhonatan fez mais uma grande defesa (70′); depois, após mais um passe mal calculado na primeira fase de construção, o remate na área do brasileiro acabou por sair fraco (71′); por fim, depois de mais uma perda de bola em zona proibida do Moreirense, João Carvalho assistiu o avançado na primeira vez que tocou na bola e, desta vez, o melhor marcador da Liga não perdoou, sentenciando o resultado final aos 74′.

Após um empate com sabor a derrota frente ao Sporting (apesar de ter sido alcançado nos instantes finais do jogo), o Benfica conseguiu dar uma boa resposta e fechou da melhor forma uma primeira volta da Liga onde poderá terminar no terceiro lugar caso os leões, no mínimo, pontuem na receção ao Marítimo. No entanto, há duas boas notícias para os encarnados: por um lado, o 4x3x3 parece cada vez mais consolidado; por outro, há Jonas. E quem tem um jogador como o brasileiro “arrisca-se” a ganhar todos os encontros que tem pela frente.

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