De acordo com as associações do sector, os responsáveis pela segurança rodoviária francesa (CISR) preparam-se para “matar uma mosca com um martelo”. Decidem dia 9 se reduzem o limite de velocidade em estrada de 90 para 80 km/h, mas poucos acreditam que a medida tenha o efeito pretendido, o que, segundo o primeiro-ministro Édouard Philippe, passa por “reduzir o elevado número de mortos e feridos, uma vez que 2/3 dos acidentes têm lugar nas estradas nacionais”, onde o limite está fixado em 90 km/h.

A 11 de Dezembro, Édouard Philippe afirmou, a título pessoal, ser “favorável à redução em 10 km/h na velocidade máxima permitida nos 400.000 km de estradas nacionais francesas”, pelo que tudo indica que a proposta de lei deverá ser aprovada, contando desde já com o seu apoio. Contudo, não falta quem assegure que a meta de salvar 400 vidas por ano vai ficar aquém dos objectivos.

As associações de automobilistas opõem-se fortemente ao projecto e já circulam na internet petições com milhares de assinaturas, visando pressionar os governantes. Afirmam que os abusos que provocam acidentes vão continuar, pois os 10 km/h a menos não vão beliscar os que passam sinais vermelhos, excedem os limites de velocidade e conduzem sob o efeito de álcool ou de estupefacientes.

Em 2015, Bernard Cazaneuve, então ministro do Interior, ordenou a realização de uma experiência numa zona com apenas 81 km de estrada, onde a velocidade foi reduzida para 80 km/h. Os dados da experiência nunca foram oficialmente revelados e a medida foi abandonada depois do teste, o que pode ser interpretado como uma não confirmação da eficácia da solução.

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