Como em quase tudo na vida, o difícil é começar. Este princípio aplica-se igualmente à venda de veículos movidos total, ou parcialmente, a electricidade, cujas baterias podem ser recarregadas a partir da rede eléctrica. Os maiores casos de sucesso vêm da China, Noruega e até EUA, sempre à custa de incentivos, sejam eles fiscais ou funcionais, como o não pagamento de portagens ou estacionamento, e o acesso exclusivo a certas zonas.

Os valores falam por si e o facto de o parque circulante de veículos eléctricos (EV) e híbridos plug-in (PHEV) ter ultrapassado os 3 milhões de unidades (até final de Novembro, isto num planeta que consome 80 milhões de veículos por ano), provam que há mercado, ainda que diminuto. O potencial para crescer é grande, como o prova o facto de se prever que, em 2018, se atinjam 5 milhões de veículos.

O mercado dos EV e PHEV é muito sensível às facilidades concedidas aos utilizadores, pois só com vantagens fiscais os carros eléctricos conseguem aproximar-se dos preços praticados pelos seus concorrentes com motor de combustão, da mesma forma que só os menores custos de utilização (electricidade, face à gasolina ou diesel) conseguem disfarçar os maiores inconvenientes e limitações dos veículos alimentados por bateria. Ainda assim, a crescente oferta por parte dos construtores, que passa pela disponibilização de modelos cada vez mais potentes e com maior autonomia, sem serem demasiado caros, tem vindo a ajudar na conquista de um cada vez maior número de adeptos, como é o caso do Model 3 da Tesla, que irá chegar à Europa e à China um dia (quando, é mais difícil de prever…), do novo Nissan Leaf, do Renault Zoe – o mais vendido na Europa e que deverá adoptar em breve algumas soluções já existentes no “irmão” Leaf – e toda a série de VE que a Volkswagen se prepara para introduzir no mercado já a partir do próximo ano.

Curiosamente, ou talvez não, o país onde os carros eléctricos mais aumentam de vendas é a China, que com um misto de incentivos e proibições leva uma massiva quantidade de clientes a adquirirem VE a bateria, tendo já decidido que não vão ser comercializados, a partir de 2025, modelos que não possuam versões EV ou PHEV.

Mas o que poderia fazer maravilhas às vendas de veículos eléctricos seria a chegada de novas soluções ou a evolução de algumas já conhecidas, a começar pelas baterias sólidas, que aumentariam a capacidade e a rapidez de carga. Não há que deixar de lado as células de combustível, solução cada vez mais interessante e em que um crescente número de construtores aposta (lamentavelmente, não os mais poderosos), que além de assegurar a locomoção dos VE, evitariam os problemas que decididamente irão existir quando se ligarem milhões de carros a bateria, em simultâneo, à rede nacional de qualquer país.

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