O Presidente francês chegou esta segunda-feira às 08:30 (00:30 em Lisboa) a Xian, antiga capital do Império do Meio, para a primeira etapa da visita de Estado de três dias à China, anunciou o Eliseu. Emmanuel Macron, que realiza a sua primeira viagem oficial à Ásia, escolheu visitar aquela cidade milenar do norte da China, ponto de partida da antiga rota da Seda, onde irá pronunciar um discurso sobre o futuro das relações franco-chinesas.

Macron vai visitar o local onde se encontra o famoso exército de terracota do primeiro imperador da China, bem como o Grande Pagode do Ganso Selvagem e a Grande Mesquita, dois lugares simbólicos da rota da Seda que durante séculos ligou a Europa à Ásia.

Esta escolha assume-se de particular relevância tendo em conta o colossal projeto do Presidente chinês, Xi Jinping, de recriar “novas rotas da seda”, um conjunto de ligações terrestres e marítimas entre a Europa e a Ásia, com a construção de uma série de infraestruturas, como estradas, portos ou caminhos-de-ferro, em 65 países, numa iniciativa de mais de um bilião de dólares.

Depois de Xian, Emmanuel Macron, que se faz acompanhar pela mulher, Brigitte, e de seis dezenas de líderes de empresas e instituições, deslocar-se-á ainda esta segunda-feira a Pequim, onde permanecerá até quarta-feira. Esta segunda-feira reunir-se-á com o seu homólogo chinês e a sua mulher, antes de um jantar a quatro.

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Na terça-feira, ponto forte da agenda, Macron vai ser recebido de maneira mais formal, com o programa a incluir uma visita à Cidade Proibida, um encontro com o presidente da Assembleia Popular Nacional e com o primeiro-ministro, uma cerimónia de boas-vindas no Grande Palácio do Povo, bem como a assinatura de acordos e uma declaração conjunta, além de um jantar de Estado.

Emmanuel Macron vai reunir-se igualmente com empresários e chefes de cozinha franceses radicados na China. Já na quarta-feira vai realizar uma visita à Academia de Tecnologia Espacial chinesa, onde os dois países trabalham juntos no desenvolvimento de um satélite de observação da Terra.

Esta primeira viagem à Ásia marca uma nova etapa na diplomacia do Presidente francês, concentrada até aqui na Europa e em África, com Emmanuel Macron a querer fazer de Xi Jinping um aliado em várias frentes: ambiente, luta contra o terrorismo, apoio à força do G5 no Sahel e ao desenvolvimento de energias renováveis em África.