Se encomendou o Porsche dos seus sonhos e aguarda a todo o momento sua chegada, é bem provável que tenha de “roer as unhas” por mais uns dias, pois os trabalhadores da principal fábrica do construtor alemão do Grupo Volkswagen estão a ameaçar entrar em greve. Querem mais dinheiro e vão decidir esta 5ª feira.

O IG Metall é o sindicato que controla a maioria dos trabalhadores da indústria germânica, num total de 3,9 milhões. E se é enorme e temido, é também responsável e proactivo. Num passado não muito distante, este sindicato ficou conhecido por, em épocas de crise, trocar reduções de salário pela manutenção de postos de trabalho e até aceitar uma série de cortes para evitar a deslocalização de fábricas e produção para outros países.

Mas esta abertura do IG Metall é em tempos de crise. Em épocas de bonança, defende os direitos dos seus associados, e é isso que agora está em causa na Porsche. Segundo o representante do sindicato no fabricante alemão, Uwe Hueck, “há anos que a indústria não tinha lucros tão volumosos, pelo que não são aceitáveis as propostas que apresentam”. Os patrões propõem aumentos de 2%, juntamente com um prémio anual de 227€, mas o IG Metall parece estar decido a avançar com a greve. Contudo, nem todos os trabalhadores estão de acordo com esta posição mais dura do IG Metall, a começar pelos representados pelo Sued Westmetall, que considerou contraproducente esta “dura tomada de posição, antes das negociações terminarem”.

A decisão terá lugar depois das rondas negociais da próxima quinta-feira, mas o abandono dos postos de trabalho dos últimos dias, como medida de pressão, já está a fazer algumas vítimas, pelo menos no número de veículos produzidos.

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