As duas Coreias acordaram esta terça-feira, num comunicado conjunto, iniciar conversações para reduzir a tensão militar na região e “cooperar ativamente” relativamente aos Jogos Olímpicos de Inverno que se realizam em fevereiro na Coreia do Sul.

Altos responsáveis da Coreia do Sul e da República Popular da Coreia do Norte reuniram-se esta terça-feira na aldeia fronteiriça de Panmunjom para as primeiras conversações formais em cerca de dois anos.

A imprensa sul-coreana noticiou que os governos dos dois países divulgaram um comunicado após a reunião no qual concordam em iniciar conversações de âmbito militar, destinadas a reduzir a escalada de conflito ao longo da fronteira.

O comunicado também indica que a Coreia do Norte concordou em enviar uma delegação aos Jogos Olímpicos de Pyeongchang, na Coreia do Sul, e a trabalhar para garantir o êxito dos jogos.

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A imprensa sul-coreana também avançou que a Coreia do Norte restabeleceu uma linha telefónica militar de emergência com o Sul, o que representa o segundo canal de comunicação reaberto entre as duas Coreias no espaço de uma semana.

Todos os principais canais de comunicação inter-Coreias tinham sido fechados nos últimos anos devido ao agravamento das hostilidades, relacionadas com o programa nuclear e de mísseis balísticos intercontinentais de Pyongyang.

A China afirmou, entretanto, que aplaude as medidas tanto de Seul como de Pyongyang para melhorar o relacionamento bilateral. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Lu Kang disse aos jornalistas em Pequim que estava “satisfeito por ver este tipo de negociações de alto nível entre os dois lados”.

Lu disse que a “China aplaude e apoia estes passos positivos tomados pelos dois lados para melhorar as relações”. “Temos esperança de que as conversações possam ser um bom ponto de partida para que os dois lados possam melhorar os laços ainda mais, promover a reconciliação e a cooperação e aliviar as tensões na península”, concluiu.

A China é o único grande aliado da Coreia do Norte e tem estado sob forte pressão para que use a sua influência para forçar Pyongyang à mesa das negociações para discutir o fim do seu programa nuclear.

Apesar de Pequim argumentar que a sua influência sobre Pyongyang é limitada, aprovou as crescentes sanções das Nações Unidas contra o regime de Kim Jong Un, incluindo o bloqueio da exportação de têxteis, pescado e outros produtos, bem como limites mais apertados ao fornecimento de petróleo e outros produtos petrolíferos.