Que Westminster tem um problema com a pornografia, já todos tínhamos percebido. Mas que era um problema tão grande, ninguém imaginava. Dados divulgados a pedido da Press Association indicam que, desde junho de 2017 – data das últimas eleições – deputados e staff das Casas do Parlamento tentaram aceder a sites pornográficos 24.473 vezes. Sim, mais de 24 mil vezes.

Os números equivalem 160 tentativas diárias de aceder a pornografia através do computador ou do telemóvel – enquanto estão ligados a rede de internet parlamentar. Os dados agora divulgados revelam um pico de acessos no passado mês de setembro: apenas nesses 30 dias, foram registados 9.467 acessos a sites pornográficos, tanto da Casa dos Comuns como da Casa dos Lordes.

Ainda assim, e apesar dos números verdadeiramente surpreendentes, o relatório mostra um decréscimo nos acessos nos últimos anos. Em 2016, o sistema informático do Parlamento bloqueou 113.208 mil acessos, quando em 2015 tinham sido 213.020.

Um porta-voz do Parlamento disse ao The Guardian que “todos os sites pornográficos estão bloqueados pela rede de computadores do parlamento”. E acrescenta que “a grande maioria das tentativas não são deliberadas”, já que “esta informação mostra tentativas de aceder aos sites e não visitas reais”.

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Ao jornal inglês, este porta-voz alerta para o facto de estes números também dizerem respeito a todas as pessoas que se conectam à rede wifi reservada aos convidados do Parlamento.

A notícia surge menos de um mês depois de Damian Green, número dois do Governo de Theresa May, ter apresentado a demissão após serem encontrados milhares de ficheiros com conteúdos pornográficos num dos seus computadores no Parlamento britânico.

Braço direito de Theresa May demite-se depois de pornografia ter sido encontrada no seu computador