O livro do Guinness World Records está recheado de proezas, umas mais loucas do que outras. Esta tem sobretudo interesse para quem gosta de carros desportivos e adora uma condução mais acrobática, pois o desafio era bater o recorde e percorrer o maior número de voltas a uma pista circular, sempre a andar de lado.

Para início de conversa, esperamos que o piloto tenha pago pelo prazer, e não ser pago pelo trabalho, pois se um condutor já retira gozo quando arranca um slide de uns meros segundos numa curva, imagine-se horas a fio sempre a olhar pelo vidro da porta para ver em que direcção ia o carro.

As tentativas de bater o recorde de drift não começaram hoje, bem pelo contrário. A BMW, aparentemente, abriu as hostilidades ao conseguir, com Johan Schwartz ao volante do M5, um dos instrutores da BMW Performance Driving School, percorrer 82 km completamente atravessado, o que correspondeu a 322 voltas ao anel do circuito que a marca possui em Greenville, na Carolina do Sul. O feito de Schwartz foi conseguido em 2013 aos comandos do antigo BMW M5, mas a concorrência não ficou muito impressionada com o feito dos alemães.

A prova é que, menos de um ano depois, a Toyota pegou num GT86 e percorreu 144 km. Chamando a si o drift mais longo. E não contente com isso, a marca japonesa voltou ao ataque e rodou, sempre atravessado, durante 5 horas e 46 minutos. Com 165 km colocou lá bem no alto o recorde do drift. Ou, pelo menos, era o que homens da Toyota pensavam.

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A BMW, que não é de ficar a olhar para os outros, sobretudo numa altura em que introduz no mercado o novo M5 – com tracção às quatro rodas, mas com um modo de condução com apenas tracção traseira, para quem quiser brincar ao Guinness – recuperou o bom do Johan Schwartz e toca de esmagar o recorde dos seus adversários. Para tal, tinha dois problemas: o consumo de pneus e o de combustível. Se o primeiro foi resolvido ao molhar a pista, o que diminui o desgaste, para o segundo foi necessário encontrar uma forma de reabastecer em andamento, pois o M5 não podia parar e vir à box. Na realidade até podia, pois as regras entretanto introduzidas permitem-no, mas o fabricante alemão queria o recorde “à antiga”.

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E, ao fim de 374 km e oito horas de drift, a BMW lá conseguiu. Veja o vídeo e perceba como tudo aconteceu, sabendo que toques houve vários, a possibilidade de o homem da gasolina ser esmagado entre os dois carros esteve sempre presente, em todas as cinco operações de reabastecimento e, caso alguma coisa corresse mesmo mal, uma fuga de combustível – o fornecimento de gasolina é pressurizado, pelo que ao mínimo descuido saem cá para fora dezenas de litros – poderia transformar a tentativa de recorde numa bola de fogo.