Shigeharu Shirai foi fotografado a jogar damas na cidade tailandesa de Lopburi. Até aqui, tudo bem. A fotografia tornar-se-ia rapidamente viral, sobretudo devido as muitas tatuagens que preenchiam o tronco e braços do homem de 72 anos, magro, tez morena, cabelo grisalho e curto, bem como à ausência do mindinho esquerdo, decepado — como decepados o são (após a assunção de culpa) na cultura da máfia japonesa.

A polícia japonesa desconfiou que seria, afinal, um retirado chefe do gangue Yakuza Kodokai (falcão de um dos maiores grupos Yakuza: o Yamaguchi-gumi), foragido há 14 anos depois de ter assassinado o chefe de um gangue rival.

A suspeita tinha mesmo fundamento e Shirai acabou por ser detido esta quinta-feira pelas autoridades tailandesas enquanto fazia compras num mercado local. “[Shigeharu Shirai] não confessou o homicídio mas admitiu que a vítima o ameaçava”, explicou o porta-voz da polícia tailandesa, Wirachai Songmetta.

Depois do assassínio (os cúmplices estão a cumprir penas entre 12 e 17 anos de prisão) Shigeharu Shirai escapou para a Tailândia, onde acabaria por casar com uma local. Acabou por ser detido pelas autoridades tailandesas, não por ser suspeito de homicídio, mas porque não tinha documentos e vivia ilegalmente no país — prevendo-se nos próximos dias a sua deportação para o Japão, onde será julgado.

Os yakuza como Shorai sobrevivem através do jogo ilegal, tráfico de droga, prostituição e agiotagem, por exemplo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR