20 de abril de 1999. Eric Harris e Dylan Klebold, 18 e 17 anos, mataram 13 pessoas no liceu de Columbine, no Colorado. Eric e Dylan cometeram suicídio pouco depois do massacre. Mas outros massacres de contornos semelhantes ocorreram nos Estados Unidos. Os mais sangrentos são talvez os de Virginia Tech, em 2007, universidade onde Cho Seung-Hui, de 23 anos, assassinou a tiro 32 pessoas, e de Sandy Hook, em 2012, escola primária do Connecticut onde Adam Lanza, 20 anos, matou 27 pessoas. Lanza e Seung-Hui suicidaram-se em seguida.

À época do massacre de Columbine, muitos culparam os videojogos do tipo first-person shooter (em que o jogador é um atirador) por terem influenciado Eric e Dylan.

Hoje, curiosamente, e utilizando as experiências dos massacres de Virginia Tech e Sandy Hook, o Exército dos Estados Unidos e Departamento de Segurança Interna norte-americano desenvolveram um simulador, o Enhanced Dynamic Geo-Social Environment (EDGE), para ensinar professores, polícias e bombeiros (antes, uma anterior versão do simulador estava disponível apenas para os dois últimos) a melhor agir e sobreviver em situações de tiroteio em ambiente escolar.

O programa EDGE custou 5,6 milhões de dólares.

“Quanto mais experiência há, maiores são as hipóteses de sobreviver [numa situação de tiroteio escolar]”, explicou a engenheira-chefe do EDGE, Tamara Griffith. E acrescentou: “Isto permite que, vivenciando a experiência, se descubra o que funciona e o que não funciona”.

Durante um tiroteio, os alunos tendem a escapar ou a tentar escapar isoladamente quando, na verdade, o deveriam fazer (como acontece em situações de incêndios, por exemplo) com a supervisão de um professor. Isso aumentaria as suas hipóteses de sobrevivência. Numa fuga desordenada, acabam por encontrar portas trancadas e ficar encurralados, pedindo auxílio nas janelas — local onde facilmente podem ser identificados e baleados pelo atirador.

No simulador EDGE, os professores são instruídos a agrupar as respetivas turmas, procurando depois locais dentro da escola onde se consigam barricar até à chegada da polícia. “Os professores não escolheram ter que lidar com balas a sobrevoar-lhes a cabeça. Mas infelizmente isto tornou-se uma realidade. Então, queremos dar-lhes a hipótese de entender quais as opções disponíveis para sobreviver”, explicou Tamara Griffith.

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