Ambos na casa dos 60 anos, sempre de fato escuro e com o cabelo grisalho penteado para trás a partir de uma testa alta. Além da gravata — uma com “um tom mais escuro de azul, a outra com riscas” –, pouco permite distinguir Rui Rio e Pedro Santana Lopes, a dupla Dupond e Dupont (Thomson e Thompson, na versão inglesa) na “luta pelo controlo da direita portuguesa”, escreve esta sexta-feira o jornal europeu Politico.

Num artigo publicado pelo correspondente do jornal em Lisboa, a um dia das eleições diretas que vão escolher o sucessor de Pedro Passos Coelho na liderança do PSD, lê-se que “Rio e Santana Lopes são ambos figuras veteranas do Partido Social Democrata, o que motivou dúvidas sobre as suas capacidades para injetar nova vida num partido que necessita urgentemente de renovação e que está a definhar nas sondagens, muito atrás dos socialistas do primeiro-ministro António Costa”.

Lembrando que a campanha eleitoral marcada por trocas de acusações e ataques ao passado de cada um, o Politico sublinha que “os verdadeiros vencedores” que resultam da situação atual do PSD são “Assunção Cristas, a jovem líder do CDS, um partido conservador mais pequeno à direita dos sociais-democratas, e o próprio Costa”.

O primeiro-ministro, afirma o jornal, “pode ter mais problemas este ano com os truculentos parceiros de esquerda e com os seus amigos dos sindicatos do que com qualquer ressurgimento do PSD”.

O artigo cita a análise política do professor universitário Nuno Garoupa, que sublinha que “o PSD está a enfrentar uma crise estrutural”, pelo que nenhum os candidatos fará diferença. “No curto prazo, o partido está a caminho de um mau resultado nas eleições de 2019, ou um desastre de proporções históricas”.

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