Pelo menos quatro pessoas morreram e 15 ficaram feridas na quinta-feira na Venezuela, durante manifestações e pilhagens ocorridas no estado de Mérida, a sudoeste de Caracas, noticiou esta sexta-feira a imprensa do país. O diário El Nacional afirmou que pelo menos duas vítimas mortais, que aparentemente não estavam a participar nos protestos, foram atingidas por tiros disparados por indivíduos não identificados, a partir de três veículos em movimento.

De acordo com o jornal, as pilhagens, que começaram na quarta-feira, continuaram na tarde do dia seguinte nas localidades de Caño La Yuca, El Pinar, Tucaní, Palmarito e Arapuey, onde foram atacados vários estabelecimentos comerciais e camiões que transportavam alimentos. As pilhagens ocorreram na sequência de protestos da população local por não receber há vários meses produtos básicos e o cabaz de alimentos subsidiado pelo Estado.

Um dos estabelecimentos pilhados foi um supermercado da rede estatal Pdvsal. As autoridades detiveram 25 pessoas relacionadas com este ataque. Ainda em Mérida, um vídeo divulgado pela rede de mensagens Twitter dá conta do momento em que várias pessoas entraram na fazenda Miraflores, onde mataram uma vaca.

Segundo o portal local Comunicação Contínua, mais de 40 vacas foram mortas, o que eleva para mais de uma centena os casos de roubo de carne de animais.

Por outro lado, no vizinho estado de Trujillo foram atacados sete camiões que transportavam refrigerantes, enchidos, sumos, produtos lácteos, frango, verduras e guloseimas. Sete funcionários das forças de segurança ficaram feridos e 12 pessoas foram detidas.

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Neste mesmo estado, de acordo com mensagens de diferentes utilizadores do Twitter, cerca de 800 pessoas pilharam o matadouro industrial Montecarmelo, roubando mais de duas toneladas de carne, 28 toneladas de sumos e leite, e um camião com guloseimas.

Também através do Twitter foi divulgado um vídeo com imagens de várias pessoas a apanhar farinha de milho do chão, que era transportada num camião que foi atacado, em Barlovento, estado de Miranda, a leste de Caracas.

Segundo a imprensa local, 70% dos estabelecimentos comerciais permaneceram fechados na cidade Barcelona, a sudeste de Caracas, por os comerciantes temerem situações idênticas.