1.959 trabalhadores já receberam o apoio financeiro para a manutenção dos postos de trabalho nas empresas afetadas pelos incêndios de junho e outubro. Já foram pagos 5,74 milhões de euros em salários, valor integrado no pacote de medidas específicas relativas ao emprego decidido pelo Governo.

Todos os postos de trabalho apoiados dizem respeito às 333 candidaturas de empresas aprovadas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Ainda que o prazo tenha terminado na passada semana, o processo vai continuar e a atribuição deste apoio extraordinário não está finalizada. O Diário de Notícias cita dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que clarificam que 90 destas candidaturas correspondem aos incêndios de junho, enquanto que as restantes 243 são de empresas afetadas pelos incêndios de outubro.

O valor total do apoio financeiro às empresas afetadas pelos incêndios ocorridos entre 15 e 16 de outubro vai ultrapassar os cinco milhões de euros, dos quais 4,52 milhões já foram entregues aos trabalhadores – divididos entre salários e subsídio de Natal. Quanto às 90 candidaturas da zona de Pedrógão Grande, 55 mil euros – de uma soma total de 738 mil euros – já foram pagos.

O pacote de medidas acordado pelo Governo também prevê o desenvolvimento de ações de formação profissional para as pessoas que ficaram desempregadas no seguimento dos incêndios ou cujas empresas deixaram de ter capacidade produtiva. Na zona de Pedrógão Grande, registam-se 40 empresas afetadas, num total de 350 postos de trabalho extintos; nos 28 concelhos afetados pelos fogos de outubro, o número de empresas atingidas chega às 500.

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O apoio no pagamento de salários é suportado pelo IEFP, mensalmente, durante um período de três meses que pode ser renovado. O regime excecional inclui ainda um aumento nos incentivos financeiros durante um período de três anos, que pode chegar aos 20% em caso de contrato celebrado com alguém que perdeu o emprego devido aos incêndios.

Relativamente aos agricultores, a secretária de Estado da Segurança Social disse à Lusa que já foram pagos cerca 3,9 milhões de euros a 6 mil agricultores, que tiveram prejuízos até 1.053 euros, para reposição da agricultura de subsistência, e que ainda estão a ser analisados “alguns pedidos”.

Questionada sobre a reação da população ao apoio prestado pelas equipas no terreno, Cláudia Joaquim disse que sente que “tem havido reconhecimento da presença da Segurança Social”. “É um reconhecimento que tem sido dado e manifestado. Os incêndios de Pedrógão [Grande] foram também um exemplo dessa presença e da preocupação que desde o primeiro dia a Segurança Social teve”, mas os recursos “serão sempre insuficientes”,

“É natural” que quando passarem os “períodos destas medidas extraordinárias, e perante situações desta dimensão”, “fique a perceção de que os recursos nunca são suficientes, mas tem havido um esforço muito grande incluindo por parte dos técnicos da Segurança Social que têm estado envolvidos durante estes meses, com muito esforço também pessoal, e é de reconhecer essa situação”, sublinhou.