Cinco caçadores furtivos foram detidos esta terça-feira pela polícia de Manica, centro de Moçambique, numa reserva para caça desportiva e apreendeu 14 armadilhas mecânicas e caseiras usadas na caça, disse à Lusa fonte policial.

O grupo tinha montado um acampamento no interior da Coutada Nove, uma área de conservação entre os distritos de Macossa (província de Manica) e Gorongosa (Sofala), abatendo clandestinamente os animais, cuja carne e troféus eram retirados em viatura, explicou Elcidia Filipe, porta-voz do comando da Polícia de Manica.

Dois dos detidos foram apanhados em flagrante pela polícia a transportar numa viatura carne de ‘palapala’ (antílope) e ‘javalim’ (javali) abatidos na reserva, um terceiro a comercializar a carne a compradores clandestinos na sede de Macossa, e os dois restantes a montarem novas armadilhas no interior da coutada.

A porta-voz do comando da Polícia de Manica acrescentou que estão já em curso os procedimentos para a responsabilização legal dos caçadores furtivos.

Elcidia Filipe adiantou ainda que as detenções foram o culminar de uma operação da Polícia e da guarda florestal daquela área de conservação, que logrou ainda desativar ratoeiras de fabrico caseiro e mecânica, plantadas em várias áreas da coutada onde o grupo operava.

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A área de conservação foi repovoada pela empresa Rio Save Safaris, no âmbito de um contrato de exploração válido por 15 anos e em que investiu três milhões de dólares (2,4 milhões de euros) para safari e caça desportiva.

Em 2014, a Rio Save Safaris introduziu leões na Coutada Nove, para tentar impedir a caça furtiva.

A caça ilegal na coutada nove é justificada para a extração de órgãos para alimentar a rede de tráfico internacional de troféus de caça, além da medicina tradicional, que também “paga bem” por sangue, gorduras, peles, pelos e unhas de animais potentes.