A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) anunciou esta quarta-feira o lançamento de uma campanha de angariação de fundos para compensar o défice causado pela redução da contribuição dos Estados Unidos.

A administração de Donald Trump informou na terça-feira a UNRWA que ia cortar mais de metade da contribuição que devia entregar este mês, ou seja, 65 milhões de dólares (53 milhões de euros) dos 125 milhões (102 milhões) previstos.

“Esta redução da contribuição ameaça uma das iniciativas de desenvolvimento humano mais bem-sucedidas e inovadoras do Médio Oriente”, disse o comissário-geral da UNRWA, Pierre Krahenbuhl, num comunicado. Aquela soma constituiria a primeira parcela da contribuição dos Estados Unidos para a agência. Em 2017, Washington deu 350 milhões de dólares à UNRWA e no ano anterior contribuiu com 355 milhões.

Krahenbuhl disse que a agência que dirige “enfrenta um enorme desafio”, estando “em jogo o acesso de 525 mil crianças a 700 escolas da UNRWA e o seu futuro”.

“Está em jogo a dignidade e a segurança de milhões de refugiados palestinianos que necessitam de assistência alimentar de emergência e outro tipo de apoio na Jordânia, Líbano, Síria, Cisjordânia e faixa de Gaza”, adiantou. Assinalou que o corte da contribuição ocorre numa altura em que o Médio Oriente “enfrenta múltiplos riscos e ameaças, sobretudo a de uma maior radicalização”.

Lembrando que os Estados Unidos têm sido “o maior doador” da agência, Krahenbuhl indicou que a “campanha global de angariação de fundos” visa “garantir um compromisso em larga escala para manter as escolas e as clínicas abertas durante 2018 e além disso”.

Os Estados Unidos indicaram pretender que seja revisto o modo como a UNRWA funciona e é financiada. A agência enfrenta a sua “pior crise financeira” desde que foi criada em 1949, disse o porta-voz da UNRWA, Chris Gunness, à agência France-Presse.

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