A empresa mais valiosa do mundo disse esta quarta-feira que vai contribuir com 350 mil milhões de dólares (286 mil milhões de euros) para a economia norte-americana e que vai criar 20 mil postos de trabalho no país, tudo nos próximos cinco anos, lê-se num comunicado emitido pela Apple esta quarta-feira — o PIB português em 2016 foi de 185 mil milhões de euros. Tal como exigido pela nova reforma tributária que Donald Trump promulgou em dezembro, a Apple vai ainda proceder à repatriação de 38 mil milhões de dólares (31 mil milhões de euros) em lucros. Segundo o comunicado, “um pagamento desta dimensão será, provavelmente, o maior deste tipo alguma vez feito”.

“Por um lado, é um pagamento recorde. Por outro, mostra o quão bem-sucedidos eles têm sido a jogar com o sistema”, diz Edward Kleinbard, professor de Direito da Universidade da Carolina do Sul, citado pelo Washington Post. O jornal recorda que a empresa tem sido, há anos, alvo de escrutínio e de críticas em todo o mundo devido às suas políticas fiscais. Recentemente, a empresa concordou em pagar mais de 100 milhões de dólares (82 milhões de euros) em impostos às autoridades britânicas na sequência de uma auditoria.

“A Apple é uma história de sucesso que só poderia ter acontecido na América e estamos orgulhosos por construir a nossa longa história de apoio à economia norte-americana”, disse Tim Cook, atual líder da empresa, em comunicado. “Estamos a focar os nossos investimentos em áreas onde podemos ter um impacto direto na criação de emprego. Temos um grande sentido de responsabilidade em devolver ao nosso país e às pessoas que ajudaram a tornar o nosso sucesso possível.” O comunicado do gigante norte-americano já foi aplaudido pela Casa Branca.

A empresa acrescenta, em comunicado, que já é responsável pela criação e apoio de mais de 2 milhões de postos de trabalho em todo o país e que espera, agora, criar ainda mais empregos como resultado das iniciativas apresentadas esta quarta-feira. Os novos empregos vão ser criados nos campus já existentes, mas também em novos campus, criados a pensar no apoio técnico para os consumidores. As localizações dos novos espaços serão anunciadas ainda este ano.

A empresa quer ainda apostar na criação de novos data centers no país, o que resultará num investimento de 10 mil milhões de dólares (8 mil milhões de euros). O Washington Post acrescenta que a empresa tem estado focada, nos últimos anos, em construir mais instalações nos EUA, mas que tem recebido muitas críticas de legisladores norte-americanos por não produzir mais produtos — como o iPhone, o iPad e os computadores Mac — nos EUA (a maior parte dos produtos são produzidos e montados na China).

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