Os EUA estão a preparar uma “multa muito grande” contra a China por alegada apropriação de propriedade intelectual, confirmou o próprio Presidente dos EUA, Donald Trump, em entrevista à Reuters. Se isso contribuir para uma “guerra comercial” entre os países, “seja”, acrescentou o responsável.

Em causa está a suspeita de que empresas chinesas terão obrigado empresas norte-americanas a transferir para a China a propriedade intelectual de modo a poderem ter atividade naquele país. Na entrevista, Trump contou com a ajuda do seu conselheiro económico, Gary Cohn, para explicar em que ponto está a investigação. Mas a dupla foi parca em detalhes sobre que tipo de multa, e que montantes, estamos a falar — mais informações devem surgir em breve.

“Temos em preparação uma possível multa muito grande, que deverá ser anunciada em breve”, afirmou Donald Trump. Em termos legais, o que estará em causa é a possibilidade de aplicar multas alfandegárias sobre as importações chinesas.

Estamos a falar de uma grande indemnização. Estamos a falar de valores que vocês nem sequer estão a pensar” (Donald Trump).

O processo tem na sua origem a queixa por parte de várias empresas que alegam que perderam milhares de milhões de dólares à conta de empresas chinesas que lhes roubaram as patentes ou que obrigaram a disponibilizar parte da propriedade intelectual, em troca de poderem estar no mercado chinês.

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Donald Trump garante que quer ter uma boa relação diplomática com a China, mas admite que uma disputa comercial pode surgir nos próximos anos. “Penso que não, espero que não. Mas se acontecer, seja”. Nas últimas semanas, têm-se sucedido as notícias que apontam para uma deterioração da relação entre as duas potências.

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Citado pela Reuters, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China sublinhou que não há quaisquer leis na China ao abrigo das quais as empresas possam obrigar estrangeiras a partilhar propriedade intelectual. Não excluiu, contudo, que casos deste género possam surgir como fruto de “comportamentos de mercado”. “O governo não tem qualquer intervenção em matérias como esta”, garante a mesma fonte.