O departamento de Gestão de Bacias Hidrográficas do Governo de Moçambique emitiu um alerta de inundações que podem afetar 30 mil pessoas no norte do país, disse esta sexta-feira à Lusa o responsável daquele organismo.

“As três bacias hidrográficas da província de Cabo Delgado passaram do limite estabelecido em mais de dois metros. A situação é preocupante”, disse Agostinho Vilanculos, chefe daquele departamento do Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos.

Em causa estão habitações e culturas agrícolas nas bacias dos rios Monapo, Messalo e Megaruma. O nível dos caudais subiu devido à chuva provocada pela depressão tropical que atingiu o norte de Moçambique na segunda-feira, tendo já destruído mais de 4.000 casas em distritos da província de Nampula.

“Foi emitido o alerta e agora cabe ao Instituto Nacional de Gestão de Calamidades prosseguir com as ações de assistência às pulações destas regiões”, acrescentou Agostinho Vilanculos, alertando, no entanto, que há registos de distritos em Cabo Delgado com pontes destruídas.

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O mau tempo na região começou na segunda-feira, com rajadas de vento a atingirem 85 quilómetros por hora, além de descargas atmosféricas e chuvas fortes, acima dos 200 milímetros em 24 horas. Além de casas, a depressão tropical que atingiu o norte de Moçambique destruiu 45 salas de aula, várias embarcações e postes de eletricidade.

Entre outubro e abril de cada ano, Moçambique é atingido por cheias, fenómeno justificado pela sua localização geográfica, a jusante da maioria das bacias hidrográficas da África Austral, mas, paradoxalmente, o sul do país é igualmente afetado por secas prolongadas.

Para fazer face ao atual período chuvoso em Moçambique, o INGC estima precisar de mil milhões de meticais (mais de 14 milhões de euros). O Governo moçambicano emitiu um alerta laranja, que serve para intensificar as ações de monitorização e prontidão.