A coisa na defesa esteve sempre controlada. O Tondela fez um remate por Tomané (que nem à baliza de Sá foi) na primeira parte e não voltou a incomodar mais. Porquê? A resposta é Danilo, sobretudo ele. O médio não só resolveu colocar o ataque visitante todo num “bolso” como ainda teve espaço (e pulmão) para ser playmaker de serviço. Em três palavras só, porque Danilo é rapaz discreto e não um prega-cuecas como Brahimi: encheu-o-campo. O problema (para os portistas) é que do outro lado, na baliza do Tondela, esteve um guarda-redes para lá de inspirado. E defendeu tudo Cláudio Ramos. Só não o conseguiu quando acabou traído por alguém em quem confiou: o trinco Sulley.

Mostrar Esconder

FC Porto-Tondela, 1-0

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Luís Godinho

FC Porto: José Sá; Ricardo Pereira, Felipe, Marcano e Alex Telles; Danilo, Herrera, Corona (Sérgio Oliveira, 78’) e Brahimi (Soares, 88’); Marega e Aboubakar (Hernâni, 78’)

Suplentes não utilizados: Casillas, Maxi Pereira, Reyes e Óliver Torres

Treinador: Sérgio Conceição

Tondela: Cláudio Ramos; David Bruno, Ricardo Costa, Osório e Joãozinho; Sulley (Tyler Boyd, 66’), Hélder Tavares e Pedro Nuno (Ícaro, 78′); Miguel Cardoso, Murilo (Heliardo, 87’) e Tomané

Suplentes não utilizados: Ricardo Moura, Pité, Wagner e Joca

Treinador: Pepa

Golos: Marega (13’)

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Pedro Nuno (64’)

Foi ao minuto 13. E até aí o Porto pouco importunou. Claúdio tinha a bola controlada, ninguém o pressionou, Sulley aproximou-se, pediu-lha e Cláudio confiou. Sulley podia fazer tudo: passar à direita, à esquerda, ao meio, chutar longo para a frente ou, até, avançar uns metros com a bola – pois a oposição era nula então. Mas “resolveu” entregar o passe a Marega. O maliano não se fez rogado, seguiu em direção à grande área e rematou para a baliza – onde Cláudio estava só e sem amparo da defesa. Foi o golo 15 de Marega – que ultrapassa assim Abouabakar como goleador-mor dos portistas.

Mas Aboubakar ainda tentou empatar a contenda. Foi ao minuto 31. À esquerda, de canto, a canhota de Alex Telles cruza para a grande área e o camaronês, saltando mais alto do que os centrais do Tondela, cabeceia ao poste. O Porto era sobretudo perigoso de bola parada. Ou na sequência da bola parada. Foi assim no segundo tempo, ao minuto 65 – até então pouco de perigoso há a contar, embora os portistas tenham sempre controlado o encontro. Voltou Alex Telles a bater um canto. Houve atrapalhação na grande área, ninguém rematou, nem cortaria também, e a bola chegou à esquerda a Brahimi. Cruzou, Brahimi, o cruzamento saiu remate e Claúdio Ramos defendeu para a frente. Na recarga, Felipe desviou para as “nuvens”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Cláudio, sempre ele, voltou a negar em duas ocasiões mais o golo portista. E sempre com direito a estirada artística para o retrato. Primeiro foi ao minuto 67. José Sá chuta longo para a frente, a bola chegou a Aboubakar, o camaronês voltou-se para a baliza, driblou Ricardo Costa e rematou forte. Como até aqui, o guarda-redes do Tondela voltou a defender. Depois, ao minuto 87, canto à esquerda, quem os bate (à esquerda como à direita) é a canhota de Alex Telles, Felipe cabeceia e Claúdio Ramos defende. E que defesa foi: à queima-roupa.

Entre um e outro remate do Porto, até houve um golo. Foi ao minuto 73. Ricardo avança galopante até perto da grande área, desmarca Aboubakar nas costas da defesa do Tondela, o camaronês tabela com Marega, Marega cruza e Brahimi desvia para a baliza. Toma lá, dá cá. Depois de consultar o VAR, o árbitro Luís Godinho anula o golo. E anula… bem. Marega estava em fora-de-jogo aquando do passe de Aboubakar.