O primeiro-ministro, António Costa, disse esta sexta-feira que o “grande objetivo” da proposta do Governo para a Estratégia Nacional para o Portugal 2030 é permitir ao país ter “uma década de convergência com a União Europeia”.

“Estando em execução o Portugal 2020” e estando a ser preparada a reprogramação deste quadro comunitário, “temos de nos concentrar naquilo que agora é essencial”, ou seja, o que “é que queremos fazer do nosso país, em cada uma das regiões, na década seguinte”, entre 2020 e 2030, afirmou, numa reunião em Évora.

E a proposta da Estratégia Nacional para o Portugal 2030, que o Governo tem vindo a debater com diversas entidades e instituições nacionais, desde junho passado, “tem um grande objetivo estratégico”, que “é termos uma década de convergência com a União Europeia”, frisou. Segundo o primeiro-ministro, Portugal, “nos 30 anos de participação na União Europeia”, teve “uma forte convergência, entre 1986 e 2000”, mas, “desde 2000 para cá”, seguiu-se “uma prolongada estagnação ou mesmo divergência, alternando baixo crescimento com recessões ou anos de estagnação económica”.

“Interrompemos este ciclo, felizmente, há quatro trimestres e é fundamental dar agora continuidade a esta nova dinâmica ao longo da próxima década”, defendeu.

António Costa discursava numa reunião com o Conselho da Região da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, em Évora, na qual participaram ainda o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, e a secretária de Estado Adjunta do primeiro-ministro, Mariana Vieira da Silva.

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A sessão enquadrou-se no conjunto de audições e consultas públicas promovidas pelo Governo para debater a Estratégia Nacional para o Portugal 2030.

A proposta sobre o quadro financeiro que se seguirá ao Portugal 2020, resumiu o chefe do Governo, tem três eixos transversais, relacionados com a necessidade de assegurar a sustentabilidade demográfica do país, de desenvolver e investir nas qualificações e de apostar na inovação e modernização da economia.

A juntar a isso, continuou, há “um conjunto de objetivos de base territorial”, nomeadamente “assegurar a transição energética para fazer face às alterações climáticas, desenvolver a economia do mar, a boa inserção do país nas redes e nos mercados globais, dar uma atenção especial aos territórios de baixa densidade e apostar na floresta e na agricultura”.

Perante os autarcas alentejanos, assim como outras forças vivas do território, o primeiro-ministro assinalou que “este é o momento para fazer ouvir as regiões”, no contexto da proposta final do Portugal 2030. “É muito importante que, até março, tenhamos os contributos das regiões para enriquecer esta estratégia, para consolidarmos quais são os objetivos e qual é a estrutura dos programas”, porque, “a partir daí, temos que ter o debate político” e “o diálogo com as instituições europeias”, alertou.