O Governo são-tomense anunciou esta sexta-feira a promoção de um grupo de oficiais das Forças Armadas, numa altura em que no Exército se vive um clima de descontentamento, confirmado pelo primeiro-ministro, Patrice Trovoada.

Esta decisão, cuja proposta já foi “encaminhada para aprovação do Conselho Superior da Defesa nacional”, como indica um comunicado do Conselho de Ministros, será executada “dentro de alguns dias”.

Segundo o comunicado, a que a agência Lusa teve acesso esta sexta-feira, as promoções são para os postos de Tenente Coronel, Capitão de Fragata e Coronel.

“A nível das forças de defesa e segurança tivemos uma reunião alargada e ficamos de ter reuniões com cada unidade para discutir e perceber quais são os problemas, quais são os desafios”, disse o primeiro ministro aos jornalistas na quarta-feira passada, acrescentando que “há algum descontentamento por causa das promoções, algum descontentamento por causa da falta de equipamentos, algum descontentamento justificado e algum descontentamento injustificado”.

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O executivo promoveu ainda oito oficiais superiores para diversos postos no Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros, da Guarda Presidencial e do Serviço Prisional e de Reinserção Social.

O Conselho de Ministros indicou quatro ministros, um conselheiro do Presidente da República e o diretor executivo da Agência Nacional de Petróleos (ANP) para o Conselho Ministerial da Zona de Desenvolvimento Conjunto (JDA na sigla inglesa) com a Nigéria.

Os ministros indicados pelo Governo são dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, Urbino Botelho, Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente, Carlos Vila Nova, Finanças, Comércio e Economia Azul, Américo Ramos e Defesa e Administração Interna, Arlindo Ramos.

Há mais de dois anos que o Conselho Ministerial da Zona de Desenvolvimento Conjunto não se reúne, tendo o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, admitido, em entrevista dada em meados do ano passado, que havia “dificuldades em retomar as atividades” da JDA.

O Governo aprovou ainda um orçamento de seis milhões de euros para aquisição de manuais escolares destinados aos alunos de primeira classe ao décimo segundo ano e reconheceu que, apesar da tensão política vivida nos últimos dias, “o país mantém-se absolutamente estável e as instituições funcionam regularmente”.