A luta contra o cancro pode estar a mudar dentro de alguns anos. Com a ajuda da Ciência foi dado um grande passo na medicina. Há um novo teste ao sangue que pode detetar oito tipos comuns de cancro antes que seja tarde de mais.

O teste Cancer Seek é feito através da biópsia líquida, que permite aceder ao material genético do tumor de forma não invasiva, recorrendo apenas a uma análise de sangue. O teste encontra, assim, DNA mutado que as células mortas libertam no sangue e os biomarcadores de proteínas associadas a diversos tipos de cancro.

Este novo método foi testado em 1005 pacientes, segundo a BBC, com cancro no ovário, fígado, estômago, pâncreas, esófago, intestinos, pulmão ou mama que ainda não alastraram até outros tecidos. O teste foi capaz de detetar cerca de 70% dos tumores no estádio inicial, dando assim uma maior possibilidade ao doente de tratar a doença.

Este campo de deteção precoce é crítico e os resultados são muito emocionantes. Eu penso que isto pode ter um grande impacto na mortalidade devido ao cancro”, disse Cristian Tomasetti, da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins.

Quanto mais cedo o cancro for diagnosticado maior é a hipótese de poder tratá-lo. Por exemplo, o cancro do pâncreas está associado a muito poucos sintomas e é, na maioria das vezes, detetado tardiamente, levando a que quatro em cada cinco pacientes morram no ano em que são diagnosticados.

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Encontrar os tumores quando ainda podem ser removidos através de cirurgia é “uma diferença da noite para o dia” no que diz respeito à sobrevivência, explicou Tomasetti explicou, pelo que este teste será verdadeiramente útil.

Gert Attard, que conduziu a investigação no Centro de Evolução do Cancro do Instituto de Pesquisa do Cancro, em Londres, afirmou que o teste tem “um grande potencial”, acrescentando que “Estou extremamente animado. Isto é o Santo Graal — um exame para diagnosticar um cancro sem todos aqueles procedimentos como é o caso das colonoscopias”.

O professor Peter Gibbs, do Instituto Walter e Eliza, em Melbourne, que trabalhou no desenvolvimento do Cancer Seek, disse que o teste será mais importante para as pessoas mais velhas já que em grande parte dos casos o cancro surge a partir dos 50 anos, mas também para pessoas mais novas cujo histórico familiar as coloca numa categoria de elevado risco.

Segundo o jornal The Guardian, o teste está agora a ser testado em mais 10 mil pessoas, mas, para Gibbs a grande questão prende-se com o custo deste novo método. O professor crê que ultrapassará os 800 euros, inicialmente, mas que com o passar do tempo deverá baixar.