A Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, está a analisar uma queixa que lhe foi dirigida sobre o programa SuperNanny emitido pela SIC, disse à Lusa uma fonte da instituição.

“Recebemos na quarta-feira uma queixa sobre a SuperNanny. Estamos a analisar para ver a melhor resposta a dar”, adiantou a mesma fonte.

O programa SuperNanny ficou envolto em polémica logo após a transmissão do primeiro episódio, com a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) a falar num “elevado risco” de “violar os direitos das crianças”, nomeadamente a reserva da vida privada.

O Instituto de Apoio à Criança (IAC) e a Unicef Portugal também se manifestaram contra o programa e a Ordem dos Psicólogos Portugueses informou que já tinha dado um parecer negativo sobre o programa em março de 2016.

Hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR) adiantou à Lusa que, “no que respeita ao programa já emitido” e “existindo um processo de promoção de proteção a favor da criança na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens”, o Ministério Público está a acompanhar “a atividade daquela comissão”.

Segundo noticiou o jornal Expresso, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Loures quer que a emissora retire do ar todas as imagens que expõem a criança retratada no primeiro programa SuperNanny” e, em articulação com o Ministério Público, deu 48 horas à SIC para o fazer.

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Questionada hoje pela Lusa, a SIC afirmou que vai manter a exibição do programa, nomeadamente do próximo episódio, que irá para o ar no domingo.

A estação televisiva justifica esta decisão com a “vertente pedagógica [do programa], fundamental para um debate necessário – e […] alargado à sociedade portuguesa – sobre questões como a educação familiar e a parentalidade”.

Presente num total de 15 países, o programa retrata casos de crianças indisciplinadas, para as quais uma ama — no formato português, é a psicóloga Teresa Paula Marques — propõe soluções para pais e educadores.