O Presidente de Angola, João Lourenço, lidera a comitiva angolana que parte segunda-feira para participar no Fórum Económico de Davos, na Suíça, que inclui quatro ministros e que terá como destaque o tema do acesso à energia em África.

De acordo com informação da Casa Civil do Presidente da República, enviada este domingo à Lusa, em Luanda, entre vários atos previstos, o chefe de Estado angolano fará uma intervenção no painel consagrado ao desenvolvimento da energia no continente africano, subordinado ao tema “Acelerando o acesso da Energia em África”.

Angola foi convidada para esta conferência, que decorre de 23 a 26 deste mês, com a comitiva liderada por João Lourenço a integrar ainda o ministro de Estado e do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, da Economia e Planeamento, Pedro Luís da Fonseca, da Energia e Águas, João Baptista Borges, e das Relações Exteriores, Manuel Augusto.

Dez chefes de estado ou de Governo de África, nove do Médio Oriente e norte da África e seis da América latina estão confirmados para esta edição deste ano do Fórum Económico de Davos , juntando-se aos líderes ocidentais, como o Presidente francês Emmanuel Macron e a primeira-ministra britânica Theresa May.

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A segurança internacional, o meio ambiente e a economia mundial serão os temas centrais do encontro anual de líderes políticos, empresários, sociedade civil, advogados, académicos e celebridades.

Paralelamente ao fórum, está previsto um encontro entre o primeiro-ministro português, António Costa, e o chefe de Estado e do Governo angolano.

“Tenho um novo encontro marcado [com o chefe de Estado angolano, João Lourenço] para Davos dentro de duas semanas. Portanto, as relações entre Portugal e Angola vão decorrer com toda a normalidade possível, num contexto em que há um problema”, declarou a 13 de janeiro António Costa, numa alusão ao processo da Justiça portuguesa que envolve o ex-vice-Presidente angolano, Manuel Vicente.

Os dois governantes já se reuniram igualmente em dezembro passado, durante a última cimeira entre a União Europeia e África.

“Foi uma reunião frutuosa, onde ficou claro que não há nenhum problema entre Portugal e Angola dos pontos de vista económico e político. Há uma questão que transcende o poder político, que não diz respeito ao Presidente da República, ao Governo ou à Assembleia da República. É um tema da exclusiva responsabilidade das autoridades judiciárias”, salientou o primeiro-ministro.

Questionado se as autoridades judiciárias portuguesas deveriam transferir o processo que envolve Manuel Vicente para Angola, quando o início do julgamento está agendado para 22 de janeiro, António Costa recusou-se a pronunciar-se sobre essa matéria, invocando o princípio da separação de poderes.

“As autoridades judiciárias têm plenos poderes para decidir sobre essa matéria. Não há um problema entre os governos português e angolano, ou entre os presidentes da República de Portugal e de Angola, ou entre os parlamentos dois países”, insistiu o primeiro-ministro.

Segundo António Costa, existe sim “uma questão que Angola identificou muitíssimo bem, de uma forma muito precisa e que é da exclusiva responsabilidade das autoridades judiciárias portuguesas”.