“Perguntei-lhe por que carga de água eles queriam ter mais filhos e ela [Louise Turpin] disse-me que estavam na esperança de ter um reality show“, revelou Billy Lambert, irmão de Louise, numa entrevista ao The Sunday People. O casal Turpin tinha, pelo que se sabe, 13 filhos — que torturaram e mantiveram acorrentados e subnutridos na ‘casa dos horrores’, na Califórnia. E pensavam ter, pelo menos, mais um: “No mês passado, a Louise disse-me que ela e o David estavam a pensar em ter outro filho”.

Ela [Louise] costumava dizer como seriam perfeitos para a televisão e referia várias vezes que seriam maior do que o reality show «Kate Plus 8». Achava que o mundo ia ficar fascinado com as sua vidas“, contou Lambert.

Sabe-se agora que era um sonho do casal Turpin criar um reality show com uma dimensão maior do que o “Kate Plus 8” — um programa norte-americano do canal TLC que acompanha a vida de Kate Gosselin e os seus oito filhos. Queriam “fazer milhões” e tornarem-se um “nome conhecido”. É com base neste sonho que se justifica o facto de a família ter-se mudado, em 2010, do Texas para a Califórnia: “Para ficarem mais perto de Hollywood“, revelou o tio das crianças. “Eles não queriam saber das crianças. Só deles”, contou ainda o irmão de Louise.

[Veja aqui o vídeo com as mais recentes revelações sobre o que se passava na casa dos horrores californiana]

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Agora, o sonho dos Turpins está longe de se concretizar: a filha de 17 anos do casal conseguiu fugir da ‘casa dos horrores’ e denunciar a “história macabra” às autoridades — que Lambert considera “abominável”. Os pais foram detidos e enfrentam agora uma pena até 94 anos de prisão. “São uns animais”, disse o tio das crianças, acrescentando que espera que “nunca mais sejam libertados”. Lambert confessou que não se iria opor se ambos fossem condenados a pena de morte até porque, admite, a irmã “está morta” para ele. “O facto de os seus dois cães serem tratados melhor do que as crianças nunca vou perdoar. São eles que são uns animais”, disse Lambert.

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David, o “doente” que via a cunhada a tomar banho e o “perverso” que fugiu com uma jovem de 16 anos

Na altura em que a família vivia no Texas, Lambert costumava visitar os sobrinhos. E recordou: “A educação deles era muito estranha, muito ao estilo militar”. Tal como testemunhos de outros familiares, Lambert também contou que as crianças não estavam “autorizadas a misturarem-se com outras crianças”. “Tudo o que faziam tinha a sua rotina”, revelou, acrescentando que “qualquer sinal de desobediência e eram punidos”.

Com o passar do tempo, Lambert deixou de ver os sobrinhos. Sempre que tentava, a mãe das crianças dava uma desculpa. “Com os avanços da tecnologia, pedia para falar com as crianças por Skype mas a Louise tinha sempre uma desculpa: «O computador está avariado» ou «a câmara não está a funcionar»”. Quando convidava a família para o irem visitar, tinha outra: “Levar as crianças todas no avião era muito caro”.

Na mesma entrevista, Lambert confirmou a história já revelada pela outra irmã, Elizabeth Flores, de que David, o pai das crianças, a via a tomar banho, na altura em que viveu durante uns meses com a família, enquanto andava na universidade, no Texas. “A Elizabeth estava tão assustada que manteve isso para ela mas agora estamos a juntar as peças”, contou, acrescentando que o cunhado é “claramente muito doente”.

“Ele via-me a tomar banho”. Os relatos de familiares e vizinhos das 13 crianças acorrentadas pelos pais

“Ele [David] controlava tudo e a minha irmã Louise deixou-se ficar e foi indo na onda dele”, disse Lambert, não deixando de considerar que “eles são ambos culpados pelo que aconteceu”. O tio das crianças recordou ainda que a irmã fugiu com David quando tinha 16 anos e ele tinha 23: “Ele claramente tinha um desejo por estudantes. Talvez ainda o tenha. É simplesmente perverso. Ele é perverso”.