Investigadores do Instituto de Medicina Molecular (IMM) João Lobo Antunes, em Lisboa, descobriram que uma proteína que existe na extremidade dos cromossomas pode prevenir a ‘desregulação’ genética associada ao cancro se for controlada, foi esta segunda-feira divulgado.

A proteína chama-se TERRA e encontra-se nos telómeros, extremidades dos cromossomas que são constituídas por proteínas e ADN (material genético) e cuja função é impedir o desgaste desse material genético e manter a estabilidade estrutural dos cromossomas nas células.

Quando os telómeros deixam de funcionar normalmente, “ocorrem graves instabilidades genómicas muitas vezes observadas em células cancerígenas e células envelhecidas”, refere o IMM em comunicado.

A instabilidade genómica define-se como a tendência crescente do genoma (conjunto de informação genética) em adquirir mutações quando vários processos envolvidos na manutenção e replicação do genoma estão disfuncionais.

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A equipa de cientistas do IMM, liderada por Claus Azzalin, do laboratório que estuda a estabilidade genómica, descobriu que a molécula TERRA “interage com outras duas proteínas”, a TRF1 e a TRF2, localizadas igualmente nas pontas dos cromossomas, prevenindo a instabilidade genómica.

Os resultados revelaram que os telómeros e os seus componentes, como a proteína TERRA, necessitam de “ser constantemente regulados para cumprirem a sua função protetora e evitarem anomalias celulares que podem levar ao desenvolvimento do cancro”, abrindo caminho a novos alvos terapêuticos contra a doença e o envelhecimento celular.

O estudo, para o qual foram usadas culturas de células cancerígenas humanas, é publicado na revista científica Nature Structural & Molecular Biology.