A reforma fiscal aprovada pela administração Trump no final de 2017, nos EUA, vai dar um impulso à economia global, acredita o Fundo Monetário Internacional. Será, pelo menos, um impulso de curto prazo, diz o organismo na atualização trimestral que faz às projeções económicas mundiais, mas irá beneficiar não só a economia dos EUA mas, também, alguns dos seus parceiros comerciais.

O relatório foi publicado ao início desta tarde de segunda-feira, a partir de Davos, Suíça, onde alguns dos principais líderes políticos e económicos se reúnem até ao final desta semana. Em concreto, as principais novidades do relatório são os aumentos, em duas décimas de ponto percentual, das previsões de crescimento da economia mundial, para 3,9% tanto em 2018 como em 2019.

A principal razão a justificar a melhoria da previsão económica é “o ímpeto mais robusto de crescimento global e o expectável impacto das mudanças fiscais recentemente aprovadas nos EUA”, escreve Maurice Obstfeld, um dos conselheiros económicos da instituição liderada por Christine Lagarde. A expectativa é que o pacote fiscal aprovado por Trump, provavelmente a principal medida legislativa do mandato que está agora a cumprir um ano, possa dar um incentivo para o investimento das empresas.

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O FMI calcula que o plano fiscal de Trump poderá aumentar o crescimento nos EUA em 1,2%, até 2020, mas a partir de 2022 o novo contexto fiscal poderá contribuir negativamente para o crescimento, em comparação com as expectativas.

O que pode deitar tudo a perder é a inversão da tendência nos mercados de capitais, que estão em máximos históricos e alguns analistas têm mostrado desconforto perante a subida rápida das bolsas nos últimos meses (cerca de 25%, desde que Trump foi eleito, na bolsa de Nova Iorque). Apesar do otimismo em relação à economia global, o FMI alerta que os países precisam de tomar medidas para diminuir a desigualdade e tornar as economias mais flexíveis e resilientes, caso contrário uma crise pode “vir mais rapidamente e ser mais difícil de combater”.

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O FMI avisa os responsáveis políticos de que “é preciso manter presente que o ímpeto económico que temos hoje reflete uma confluência de fatores que não têm uma grande probabilidade de durar muito tempo”.

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